segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Multiplicação e divisão na Educação Infantil

Nessa semana fomos desafiadas a refletir sobre como trabalhamos com os conceitos de multiplicação e divisão com nossos alunos. 
Confesso que quando li a propostta fiquei assustada e meu susto foi pois eu tinha certeza de que não trabalhava com multiplicação e divisão com meus alunos, afinal sou professora da Educação Infantil. 
Depois comecei a refletir e me dei conta de que em vários momentos da minha prática docente provoco meus alunos a refletirem e criarem hipóteses que envolvem sim operações de multiplicação e divisão.
Durante o lanche, por exemplo quando as bolachas do pacote que estava separado para nossa turma estão acabando e temos por exemplo 10 bolachas e 5 alunos ainda querem, eu peço para que eles dividam. E mesmo sendo muito pequenos eles conseguem realizar a atividade com sucesso.
Após a leitura do texto, selecionado para essa semana, desejo potencializar as atividades que já desenvolvo com meus alunos, dando foco para duas ações que são apontadas na leitura: O jogo e a resolução de problemas.
Segundo o texto o jogo é uma atividade propicia para introduzir o trabalho com campos conceituais pois através dele as crianças estão mais livres das exigências habituais e podem se valer de todo tipo de procedimento.
Ainda na abordagem de campos conceituais é importante assumirmos a compreensão de que o que está em jogo na resolução de um problema deve vir antes da sistematização de um procedimento para solucioná-lo. Assim não é porque os alunos estão na Educação infantil e não conhecem as operações formais de multiplicação e divisão que eles não possam resolver pequenos desafios que envolvam esses campos conceituais.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

A reforma do Ensino Médio no RS e a Educação na Finlândia

Você deve estar pensando: O que a Reforma do Ensino Médio no RS, tem haver com a Educação na Finlândia? 

A priori eu também não conseguiria estabelecer essa relação, mas essa semana iniciamos os estudos na interdisciplina: Escola, Projeto Pedagógico e Currículo e fomos provocadas pela professora Silvana Coberlini a estabelecer essa relação.

Lemos uma entrevista sobre a Reforma da Professora Carmem Craidy, que você pode ler nesse link:

http://www.sul21.com.br/jornal/reforma-do-ensino-medio-e-arcaica-ate-do-ponto-de-vista-de-uma-formacao-para-o-mercado/

Depois assistimos a esse pequeno vídeo sobre a Educação na Finlândia:




E assim fica fácil fazer algumas relações. Eu destaquei três pontos que gostaria de compartilhar e refletir com vocês:

1- O primeiro elemento que gostaria de destacar no vídeo relacionando com a entrevista da professora Carmem Craidy sobre a Reforma do Ensino Médio tem relação com a ampliação da carga horária dos alunos na escola. Segundo a entrevista esse aumento da carga horária só produziria mais desgaste e sobrecarregaria os professores que atuam nas escola. O Vídeo mostra que a Finlândia melhorou seus índices na Educação não ampliando a carga horária, mas ao contrário, diminuindo garantindo assim que as crianças e adolescentes tenham tempo livre para poder construir/ vivenciar outras experiências. 
2- O segundo ponto que desejo destacar refere-se a não obrigatoriedade de disciplinas como artes, educação física, sociologia e filosofia. Na entrevista a professora Carmem destaca a importância desses componentes curriculares para a formação de nossos jovens. No vídeo também fica visível o quanto diferentes áreas do saber são acionadas pelos professores, com o objetivo de auxiliar, como diz uma das professoras no vídeo os jovens a usarem de forma cada vez mais qualificada seus cérebros, nas palavras da professora: "Nós tentamos ensinar-lhes tudo aquilo que necessitam de modo a que possam usar efetivamente os seus cérebros o melhor que puderem incluindo educação física, artes, música tudo o que possa de fato fazer com que o cérebro trabalhe melhor. 
3- O terceiro e último destaque refere-se a utilização de testes padronizados. Sabe-se que uma das justificativas para essa reforma é o baixo desempenho dos estudantes em avaliações de larga- escala e padronizadas. Como podemos observar no vídeo a Finlândia melhora sua qualidade na educação virando as costas para esses instrumentos e ouvindo seu corpo docente e principalmente seus alunos. Assim o índice de qualidade na Educação não deveria ser medido apenas por avaliações que só tem produzido o rankeamento das escolas e o aumento da precarização na Educação. 

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Quais são os nossos comprovantes de memória docente?

A reflexão dessa semana é provocada pela  questão que intitula essa postagem, lançada na interdisciplina de "Representação do mundo pelos Estudos Sociais".

Após lermos o texto: A fotografia como objeto e recursos de memória”, fomos convidadas a construir uma portfólio de fotografias da nossa memória docente. Confira alguns dos momentos da minha trajetória que escolhi para compor esse documento:



Ano de 2013- Atividade com o boneco de pano representando o guarda de trânsito, no projeto sobre os cuidados com o trânsito




Ano de 2014- visita a uma região Quilombola com a minha turma  e depois socializando  no fórum do município o projeto: “Existe lápis cor de pele?”



Ano de 2015- Visita da minha cachorra Lady parte integrante de um projeto sobre os animais



Ano de 2016- Registro do projeto: “O fusquinha cor de rosa”, onde debatemos sobre as relações de gênero na educação infantil
 
Optei construir meu portfólio de memórias docentes, registrando alguns dos projetos desenvolvidos nos últimos anos ao longo da minha trajetória docente.

Ao retomar essas fotografias, pude de alguma forma relembrar e reconstruir muitos momentos vividos como professora e me dei conta como tenho me constituído docente nessa trajetória: é no espaço da sala de aula e na minha relação com colegas, escola e principalmente com os alunos que tenho me constituído como professora diariamente. 

Encerro essa postagem com uma citação do texto estudado sobre a importância da fotografia :

É incontestável afirmar que a fotografia pode ser considerada um dos grandes relicários, documento/monumento, objeto portador de memória via e própria. Tomamos como exemplo os álbuns de família, fotos de viagens, retrato de uma antiga namorada. Com ela reassumimos nossa condição de existência; com elas descobrimos que podemos preservar a lembrança dos grandes momentos e das pessoas que nos são importantes: são referências da nossa história, elas existem para nunca deixarmos de lembrar destes momentos. (FELIZARDO, SAMAIAN, 2007, p. 207) 

Referência: 
FELIZARDO, Adair; SAMAIN, Etienne. A fotografia como objeto e recurso de memória. Discursos fotográficos. Londrina, v.3, n.3, p.205-220, 2007. Disponível em: <http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/discursosfotograficos/article/view/1500/1246> Acesso em: 20 set. 2016.

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Representação social

        Essa semana na interdisciplina de Estudos sociais estudamos sobre o conceito de Representação Social.

           De acordo com o texto estudado na interdisciplina, o conceito de representação possui uma ligação ao conceito de identidade e também apresenta uma relação com a cultura dos grupos de pertinência que iram oferecer as possibilidade para a construção identitária. 

          Segundo Vasconcelos e Caetano(2014), com base nos estudos de Moscovici, a representação social apresenta duas funções principais: 
1- convencionalizar: objetos, pessoas e/ou acontecimentos. 
2- prescrever condutas: decretando formas de pensar, agindo de forma estruturante antes que comecemos a pensar. 
          
           Ainda sobre essa questão as autoras apontam que:


[...] as representações sociais regulam a nossa relação com os outros e orientam o nosso comportamento. As representações intervêm ainda em processos tão variados como a difusão e a assimilação de conhecimento, a construção de identidades pessoais e sociais, o comportamento intra e intergrupal, as ações de resistência e de mudança social.(VASCONCELOS E CAETANO, 2014, p.7)


          
           Com base no estudo desse conceito comecei a refletir sobre quantas "representações sociais" exitem em nossa cultura e como elas ao fortalecerem uma identidade podem estar operando na reprodução de uma única forma de sermos alguma coisa. 

           Assim trago alguns exemplos, através de imagens, para que possamos refletir como essas representações sejam de um povo, de uma profissão ou de um padrão de "feminilidade" tem operado e produzido debates sobre tais questões:



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Referências:


VASCONCELOS, Lícia; CAETANO, Vitor. Diálogo entre representação social e identidade: considerações iniciais. SIMPÓSIO EDUCAÇÃO E SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA, 9.Anais...Disponível em: http://www.cap.uerj.br/site/images/trabalhos_espacos_de_dialogos/13-Vasconcellos_e_Caetano.pdf> Acesso em: 20 set. 2016

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Encantamento com o ensino de Ciências na Educação Infantil...

Na interdisciplina de Ciências fomos desafiadas a realizar algumas experiências com nossos alunos. A experiência realizada com a minha turma tem o nome: "saco que não fura". 
A escolha da atividade considerou a faixa etária que atuo como professora. Trabalho com uma turma de 02 anos e de acordo com o texto: "O ensino de ciências e Educação Infantil" escrito por Russel Rosa para essa faixa etária devemos oferecer atividades em grupo e que tenham como foco o desenvolvimento da linguagem e é importante que tenha uma curto período de duração para respeitar o tempo de concentração dessa faixa etária. 
Nessa atividade pude observar que os alunos, como estão desenvolvendo a linguagem não construíram muitas hipóteses sobre o motivo de não sair água, mas utilizaram da linguagem oral para descrever o que estava acontecendo. Mostraram-se também bastante curiosos e atentos. 
Achei a atividade muito significativa.
Quem quiser pode conferir como foi a atividade com a minha turma pode ver no vídeo abaixo:


segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Adição e subtração na Educação Infantil

No trabalho com o ensino e a aprendizagem de números e operações, o grande desafio seria encontrar um equilíbrio adequado entre fazer contas e justificar compreender minimamente os procedimentos utilizados. (BITTAR, FREITAS e PAIS, 2013, p. 20)

A reflexão dessa semana é motivada pelos estudos da interdisciplina de representação do mundo pela matemática. Nessa semana estudamos as possibilidades de trabalho com as quatro operações no Ensino Fundamental. No texto estudado essa semana, os autores apontam a importância de que o trabalho com a matemática deve extrapolar o ensino dos números e de fazer conta, mas sempre, levando em consideração a construção da hipótese dos alunos para a obtenção destes resultados. Ainda de acordo com o texto é importante que o ensino de matemática tome como ponto de partida os conhecimentos prévios das crianças, pois elas conhecem rudimentos das operações antes de entrar na escola.
Atualmente atuo como docente em uma turma de Educação Infantil, os alunos tem entre 2 e 3 anos de idade. Busco utilizar diariamente a matemática em nossas aulas. Uma das atividades que contempla as operações de adição e subtração é o momento da chamada. Temos um cartaz onde ficam ganchinhos com as fotos dos alunos. Todos os dias retiramos e colocamos em um pote as fotos dos alunos que não vieram. Neste momento busco explorar com os alunos o pensamento matemático através de perguntas: - Quantos meninos vieram? E meninas? E ao todo? Quanto coleguinhas tem na turminha? Quantos não vieram? Quantos temos hoje? Para responder as questões os alunos utilizam a contagem das plaquinhas com as fotos dos colegas, realizando além das operações de adição e subtração, atividades de classificação e seriação.
A leitura do texto me fez refletir sobre a importância do trabalho com os conceitos matemáticos, no dia a dia da sala de aula. A partir das reflexões propostas no texto pretendo ampliar o trabalho com tais conceitos explorando ainda mais os conhecimentos prévios das crianças e as hipóteses que elas utilizam para chegar nos resultados, pois como apontam os autores:

A aprendizagem matemática envolve compreensão e também habilidade e técnica. Ou seja, não podemos banir a prática da técnica, mas não acreditamos em técnica sem um pouco de compreensão. (BITTAR, FREITAS e PAIS, 2013, p. 47)

            Me encaminho para a conclusão dessa breve reflexão, com as palavras dos autores onde eles apontam a importância do trabalho com a matemática buscar uma articulação entre: compreensão, habilidade e técnica. Assim como professores devemos buscar contemplar tais dimensões em nosso fazer pedagógico.

Referências:
BITTAR, Marilena. FREITAS, José Luiz Magalhães. PAIS, Luiz Carlos. Técnicas e tecnologias no trabalho com as operações aritméticas nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental.  SMOLE, Katia Stocco. MUNIZ, Cristiano Alberto (org.). A matemática em sala de aula. Porto Alegre: Penso, 2013.





terça-feira, 1 de novembro de 2016

Trabalhando História com crianças pequenas...

"Se quisermos ajudar nossos alunos a se relacionarem ativamente com o passado, precisamos encontrar formas de ensiná-los, desde o começo, que iniciem o processo com eles e seus interesses, que envolvam uma “aprendizagem ativa” e pensamento histórico genuíno, mesmo que embrionário, de maneira crescentemente complexa." (COOPER, 2006, p. 174)

Nessa semana trabalhamos na interdisciplina de Estudos Sociais com o texto: "Aprendendo e ensinando sobre o passado a crianças de 03 a 08 anos", escrito por Hilary Cooper(2006). A leitura do texto foi bastante produtiva e me permitiu realizar uma reflexão sobre a importância do trabalho com História com crianças pequenas. Segundo a autora o ensino de História deve permitir que os alunos formulem hipóteses, avaliem, sustentem ideias com argumentos, ouçam os outros e reconheçam que às vezes não há resposta certa. 
O texto traz várias sugestões de atividades envolvendo o trabalho especialmente em três dimensões: Discussão sobre o tempo, trabalho com fontes e criando fatos do passado.
Compartilho um projeto desenvolvido com minha turma, onde mesmo eles sendo muito pequenos, 02 anos, foi possível desenvolver algumas dessas dimensões.
O projeto tem como objetivo revistar as tradições que são passadas de geração para geração. Assim as famílias são convidadas para visitar nossa escola e ensinar algo que faça parte da sua tradição familiar. Relato o dia que a mãe de um aluno foi nos ensinar a receita de um bolo que é feito há muitos anos por sua família. Ela trouxe o caderno de receita que era da sua vó e foi nos contando como aprendeu a fazer esse bolo. Depois todos fizemos o bolo e também realizamos um lanche coletivo para compartilhar o bolo com os outros colegas da escola. 

Referência:

COOPER, Hilary. Aprendendo e ensinando sobre o passado a crianças de 3 a 8 anos. Educar, Curitiba, v. Especial, p.171-190, 2006. Disponível em: <revistas.ufpr.br/educar/article/viewFile/5541/4055> Acesso em: 20 set. 2016.

segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Matemática e Educação Infantil


Essa semana fomos desafiadas na disciplina de "Representação do mundo pela matemática" para realizar uma atividade que trabalhasse a comparação. 
De acordo com o material disponível para estudo uma das primeiras ações que a criança faz é observar, e ao observar mais de um objeto é quase automático comparar.  
Assim uma das funções da escola é tornar o ato de comparar mais complexo e refinado. É importante lembrar que nem todo tipo de comparação é óbvia para as crianças, assim é importante que como professores auxiliemos nossos aluno a aprender a usar, entender e criar critérios para seriar, classificar ou mesmo descrever um objeto ou uma coleção deles.
Como não tenho computador, nem internet na escola, não pude usar o objeto disponibilizado pelos professores, mas com base no objeto criei um jogo de comparação e realizei com meus alunos.
Você pode conferir a atividade no link abaixo: (Fiz um pequeno filme e está disponível no youtube):
https://youtu.be/Uu8TsZHJgoY

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Seriação na Educação Infantil...

"Para que o aluno aprenda matemática, ele precisa se sentir seguro diante de sua representação, precisa descobrir o caminho de uma relação menos angustiante, substituindo o caráter que o oprime na aprendizagem pela alegria da descoberta, para que juntos, aluno e professor, possam aprender, criar e recriar seus conhecimentos." (LOURENÇO, BAIOCHI e TEIXEIRA, p.33, 2012).

Instigada pelos estudos realizados na interdisciplina de representação do mundo pela matemática e buscando compartilhar algumas das atividades que tenho realizado com meus alunos a partir do que estamos estudando no curso, compartilho com vocês um vídeo de uma conversa que tive co meus alunos sobre SERIAÇÃO: 


https://www.youtube.com/watch?v=-g7WE3MT8PQ&feature=youtu.be



segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Reflexões sobre o tempo e o espaço na escola...



"O desafio é constituirmos a escola num outro tempo, num tempo da Atualidade, onde o foco no presente nos faria viver cada momento como um acontecimento, sem pretensões de somar o número de aprendizagens para quantificá-la ao final do ano letivo, onde a vivência do processo educacional fosse prazerosa cotidianamente. A mudança que se requer é no como vivenciamos, os tempos de aprendizagem e pedagógico independentemente do tempo de permanência que temos, alunos e alunas, professores e professoras, na escola." (OLIVEIRA et al. p. 10, 2009)

Na última semana na interdisciplina de Representação do mundo pelos Estudos Sociais, realizamos uma reflexão sobre os tempos e espaços escolares.

Com base no texto de Oliveira et al. (2009) tivemos a oportunidade de compreender como o tempo e o espaço tem sido historicamente organizado nas instituições escolares e quais objetivos eram almejados com essa organização. Assim dentro da organização de tempos e espaços da escola, na Modernidade foi possível visualizar que os alunos eram hierarquizados com objetivo de homogeneização das turmas. Pois era necessário que todos se encontrassem no mesmo ponto de desenvolvimento para ocupar um determinado lugar em um determinado espaço.

As autoras então, nos provocam a pensar que na Atualidade deveríamos repensar essa organização do tempo e do espaço, com objetivos apenas mensuráveis de quantificação das aprendizagens, e pensarmos quais possibilidades poderiam ser construídas para que pudêssemos como professores e alunos nos relacionarmos de uma forma diferente com tempo e o espaço, vivenciando processos pedagógicos de mais qualidade, como na citação que eu trouxe para abrir essa postagem.

Referências:
OLIVEIRA, Cristiane et al. Questões sobre o tempo no espaço escolar. Disponível em: <http://www.ufjf.br/espacoeducacao/files/2009/11/cc07_1.pdf> Acesso em 20 set. 2016.



segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Sobre alfabetização matemática...

"Por tanto, alfabetizar matematicamente é ir além do saber escrever e ler um algarismo, é construir na criança a percepção de quantidade e o símbolo. Trazê-la para o mundo dos números requer muita atenção e vontade do profissional". (LOURENÇO, BAIOCHI e TEIXEIRA, p.39, 2012).

Nesse semana estamos estudando sobre a importância de trabalharmos com a alfabetização matemática na Educação Básica. Assim estudamos vários conceitos. Essa semana a ênfase foi nos conceitos de CLASSIFICAÇÃO e SERIAÇÃO.

No texto estudado as autoras Lourenço, Baiochi e Teixeira(2012) com base em Toledo(1997) mostram que classificar é uma operação lógica de importância fundamental em nossa vida, pois nos ajuda a organizar a realidade que nos cerca.

também com base em Toledo, as autoras apontam que enquanto a classificação repete as semelhanças entre os elementos, a seriação trabalha mais com a diferenças. Nas palavras das autoras: "Quando estamos seriando os objetos estabelecemos entre eles uma relação de diferença que possa ser quantificada permitindo que os elementos sejam colocados em ordem crescente ou decrescente".(LOURENÇO, BAIOCHI e TEIXEIRA, p.34, 2012).

Estou pensando em várias atividades para realizar com os meus alunos envolvendo estes conceitos. Fiquem atentos pois logo pretendo postar algumas dessas atividades por aqui. Ok?

Abraços e uma ótima semana para todos!

Referências:

LOURENÇO, Edvânia Maria da Silva, BAIOCHI, Vivian Tammy. TEIXEIRA, Alessandra Carvalho. Alfabetização matemática nas séries iniciais: O que é? Como fazer?. Revista da Universidade de Ibirapuera. São Paulo, V.4, p. 32-39, Jul/Dez, 2012.

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Sobre experiências de "escolas asa..."

"Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas.

Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do vôo. Pássaros engaiolados são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu dono pode levá-los para onde quiser. Pássaros engaiolados sempre têm um dono. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o vôo.

Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são pássaros em vôo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o vôo, isso elas não podem fazer, porque o vôo já nasce dentro dos pássaros. O vôo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado."

Rubem Alves

Essa semana no seminário integrador IV, fomos brindadas com um brilhante texto do pensador Rubem Alves sobre escolas gaiolas e escolas asas.

Também fomos provocadas a refletirmos sobre quais práticas pedagógicas realizamos que podem se constituir como experiências de "escolas asas" 

Trabalho há bastante tempo na Educação Infantil e cada vez mais tenho refletido sobre como a rotina nesse espaço têm funcionado como uma espécie, utilizando a metáfora de Rubem Alves, de "gaiola". que prende e limita as possibilidades dos alunos viverem suas infâncias e  de professores criarem com autoria suas práticas pedagógicas. 

Assim trago uma experiência que realizei motivada pela leitura do texto, onde ao sair com meus alunos do espaço escolar e ir até uma praça que fica localizada na frente da escola, pudemos, vivenciar alguns momentos de "escola asa". 

Compartilho algumas imagens desse momento: (Todas as imagens tem autorização para serem publicadas) 







Referência:
ALVES, Rubem. Gaiolas ou asas? In: ALVES, Rubem. Por uma educação romântica. Campinas: Papirus, 2002, p. 29-32. 

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Sobre o ensino de Geografia e Cartografia na Educação Infantil

Na disciplina de "Representação do mundo pelos estudos sociais" refletimos sobre a importância do trabalho com Geografia e Cartografia no ensino básico.

A partir da leitura de um texto escrito por Catrogiovanni e Costella, pude compreender que é a Cartografia que instrumentaliza os sujeitos a lerem o mundo de forma mais complexa, pois oportuniza, em parte, a interação significativa com os símbolos que dele fazem parte.

Os autores também nos provocam a pensar que a Geografia ensina a ler o mundo com o auxílio da Cartografia através da abstração espacial

Após trazer exemplos práticos de atividades realizadas com alunos sobre o ensino de Geografia através da Cartografia os autores concluem o texto com a seguinte afirmativa:

"Conhecer é um processo de investigação e descoberta individual, cabe ao professor provocar esse ato"

Fiquei então pensando como professora de educação infantil, quais atividades eu poderia oferecer para os meus alunos que desenvolvessem habilidades voltadas para o trabalho com noções espaciais utilizando elementos da Geografia e da Cartografia. Seria possível?

Logo lembrei que uma atividade que realizo semanalmente com meus alunos consiste em caminhadas pelos arredores da escola, onde conversamos sobre os diferentes elementos que compõe o contexto do entorno escolar.

Assim desejo potencializar esses momentos, com base nos elementos do texto. Estou planejando construir uma maquete com meus alunos para representarmos os elementos que observamos em nossos passeios semanais.

Assim que a atividade for realizada posto aqui algumas fotos para contar como foi? Certo?

Uma ótima semana para todos...

Referências:

CASTROGIOVANNI, Antonio; COSTELLA, Roselane. Geografia e a cartografia escolar no ensino básico: uma relação complexa - percursos e possibilidades. In: SEBASTIÁ, Rafael; TONDA, Emilia. La investigación e innovación en la enseñanza de la Geografía. Alicante: UNE, 2016, p.15-26.


sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Sobre escrita e autoria

Nessa semana estamos estudando sobre escrita e autoria no seminário integrador IV. Para isso aprendemos um pouco mais sobre as diferentes formas que um textos pode ter.

De acordo com o material estudado um texto pode ser:

ARGUMENTATIVO: Nesse texto estaria visível a preocupação do autor em convencer o seu leitor com relação à seus argumentos.

DISSERTATIVO: Esse formato de texto tem como objetivo tecer um panorama e explicar ideias relacionadas à sua interpretação acerca de uma temática especifica.

DESCRITIVO: Consiste na representação verbal de um objeto, coisa, ser, paisagem ou até um sentimento. Tem como principal objetivo descrever o fenômeno, acontecimento, ou objeto para o seu leitor.

NARRATIVO: Apresenta uma sequencia de ações em um tempo e espaço em que as pessoas intervêm e inclui o locutor.

O texto ARGUMENTATIVO precisa contemplar alguns aspectos como:

1- Unidade na escrita
2- Buscar o convencimento do leitor
3- Preocupação em formar a opinião do leitor
4- Citação de textos
5- Ilustração dos argumentos como exemplos

Encerro essa postagem com uma reflexão da autora Clarice Lispector sobre o ato de escrever, que acredito vem ao encontro do que estamos estudando:






sábado, 3 de setembro de 2016

Reflexão sobre avaliação das aprendizagens!



Essa semana voltamos as atividades do segundo semestre! Voltamos cheias de expectativas, novidades, medos, alegrias... Assim fomos acolhidas pelas professoras e pela equipe de tutores do seminário integrador IV, com uma conversa para poder tirar dúvidas e planejar o semestre que vem aí!

Uma das discussões realizadas foi relativa ao "worckshop de aprendizagens" e as avaliações realizadas por nossos pares- ou seja- nossas colegas do curso de Pedagogia.

É interessante refletir como a avaliação ainda parece um assunto tão controverso e que gera tantos debates... Ao pesquisar um pouco mais sobre essa temática lembrei da discussão proposta por Cipriano Luckesi sobre "avaliação da aprendizagem". Segundo Luckesi o ato de avaliar tem como objetivo diagnosticar uma experiência e escolher estratégias para obter um resultado mais satisfatório. Assim na "avaliação da aprendizagem", o instrumento utilizado deve possibilitar que o professor tenha elementos para refletir sobre como as aprendizagens dos seus alunos estão ocorrendo e quais estratégias eu devo desenvolver para produzir aprendizagens mais satisfatórias.

Penso que a experiência do "worckshop de aprendizagens" pode se constituir como um exemplo importante disso que Luckesi nomeia como "avaliação da aprendizagem".

Outro elemento importante na reflexão de Luckesi sobre avaliação é a distinção que ele realiza sobre: exame e avaliação. Segundo o autor nossas escolas tem realizado mais exames do que avaliação. O autor justifica essa afirmação explicando as principais diferenças entre o ato de examinar e o ato de avaliar, que são:

EXAMINAR
AVALIAR
Pontual
Não pontual/ Leva em consideração o processo
Classificatório
Dinâmica
Seletivo/ excludente
Includente

Vale a pena assistir esse vídeo para seguir refletindo sobre as questões apontadas por Luckesi:



DESEJO UM ÓTIMO SEMESTRE PARA TODOS NÓS! 

terça-feira, 28 de junho de 2016

E seu nome é Jonas...



Neste postagem busco realizar uma reflexão a partir do filme: "E seu nome é Jonas", uma indicação da professora de Libras.
Aqui além de contar à história que ocorre no filme busco realizar uma discussão sobre alguns aspectos que o filme traz a tona como: Identidade surda, Língua de sinais, processos de in/exclusão e Escola de surdos. 
 O filme E seu nome é Jonas, narra a história de um menino surdo que passa por diversas dificuldades em sua trajetória de vida, encontrando barreiras principalmente, no convívio social. O filme começa em um hospital para crianças com deficiência mental. As crianças são acordadas pelas enfermeiras, mas um menino não acorda com o barulho ele tem que ser sacudido por uma das enfermeiras, logo descobrimos que este menino é Jonas. Que está internado nesta instituição porque ocorreu um erro em seu diagnóstico. Jonas foi internado nesta instituição por três anos como se fosse um deficiente mental, mas na verdade ele era surdo.
 Ao descobrir o erro médico, seus pais o retiram do ambiente hospitalar e o levam para casa. O sentimento de culpa, então, passa a permear a relação dos pais.
A mãe de Jonas busca ajuda de todas as maneiras possíveis, visando beneficiar sua família. Leva Jonas a uma clinica para verificar seu nível de audição, Jonas então passa a usar um aparelho auditivo extremamente grande marcando a questão da diferença-deficiência. Leva também a uma instituição que não admite o uso de gestos, por considerar que as crianças surdas que usam gestos seriam “preguiçosas”. Jonas então começa a passar por diversas intervenções com a finalidade de “oralizalo”, para que no futuro ele possa se comunicar com “todas as pessoas”, e não só com “surdos”. A mãe passa por momentos bastante difíceis, ela não consegue se comunicar com Jonas e se sente culpada por esta causa. Giordani nos ajuda a pensar sobre a questão da inclusão de sujeitos surdos:
A educação de surdos marca um debate fundamental dentro da implementação das políticas de educação inclusiva. Em destaque, o próprio significado do termo: quem disse que estar incluído é vivenciar a escola de ouvintes? Há outros significados da inclusão que precisam ser discutidos como condição social de viver os bens culturais que oferece a cidade. (GIORDANI, 2010, p. 78)
 O pai de Jonas tenta inserir e aceitar que o filho participe de sua rotina, mas encontra muitas dificuldades para que isso ocorra. Uma cena que me despertou bastante atenção foi quando o pai de Jonas leva ele e seu irmão para jogar beisebol, e os seus amigos não querem que Jonas participe desta atividade por ele ser “diferente”. Então o pai fica bravo e vai embora. Ocorrem diversas situações onde Jonas acaba sendo excluído por sua limitação na comunicação que levam o pai de Jonas a não agüentar a pressão social de ter um filho com deficiência e abandonar seu lar, e sua família. Tornando a situação cada vez mais difícil para mãe de Jonas.
Ao longo do filme, o ensino de uma língua oral é visto pela família como a única forma de fazer com que Jonas seja aceito e incluído pela sociedade. Nesse processo se evidencia o conflito entre oralizar a criança ou utilizar a Língua de Sinais com ela. LOPES e VEIGA- NETO, 2010, p. 120 refletem um pouco sobre a trajetória dos surdos:
Na relação com o ouvinte, o surdo foi ensinado e olhar-se e a narra-se como um deficiente auditivo. A marca da deficiência determinou, durante a história dos surdos e da surdez a condição de submissão ao normal ouvinte. Dessa história de submissão, criaram-se práticas corretivas derivadas de saberes que informam e classificam os sujeitos dentro de fases de desenvolvimento lingüístico, cronológico e de perda auditiva.
Após diversas tentativas frustradas de oralizar seu filho, e ao perceber como todo aquele processo estava sendo doloroso, a mãe de Jonas encontra com um casal de pais surdos, que possuem um filho que participa da terapia da fala junto com seu filho. Então ela busca se comunicar com eles para conhecer mais sobre os surdos e sobre a língua de sinais.
Acredito que esse é um dos momentos mais importantes do filme pois é a partir desta parte que a mãe consegue aceitar seu filho como surdo, e então opta por utilizar a língua de sinais como uma forma de comunicação com o seu filho, mesmo indo contra várias pessoas que a olham com suspeita e desprezo. CALDAS e SCHALLENBERGER nos alertam sobre a importância de se compreender a diferença cultural do surdo:
São muito importantes as práticas em sala de aula, tanto quanto as teorias estudadas e apresentadas pelos professores e alunos. Trocas culturais são fundamentais para a aproximação entre diferenças que buscam conviver em um mesmo espaço. Compreender a diferença cultural do outro permite desentranhar esse outro, assim como permite aprofundar os conhecimentos acerca da própria cultura. (CALDAS; SCHALLENBERGER, 2010, p. 128.)
A partir deste primeiro contato da mãe de Jonas com os surdos, Jonas começa a descobrir a língua de sinais através de um professor surdo, que desempenha um papel fundamental, para auxiliar Jonas na construção da sua linguagem e da sua comunicação. É uma das cenas mais lindas do filme, quando Jonas consegue falar sinais como: cachorro-quente, menino, menina, mãe. Jonas descobre o mundo a partir da língua de sinais.
 Em uma das últimas cenas do filme, podemos observar Jonas vibrando com o aprendizado da língua de sinais e através dele construindo seu vocabulário e sua linguagem. Ele utiliza a língua de sinais para nomear tudo que o cerca: árvores, folhas, objetos, pessoas, etc. Com isso, ele consegue entender o significado de palavras e conceitos que, até então, não faziam sentindo para sua vida. Através deste processo ele consegue se expressar e dar sentido às experiências vividas e que marcaram sua vida de forma traumática, como a morte de seu avô e melhor amigo. Quando ele encontra a tartaruga morta e leva até a sua avó, como forma de explicar que agora ela havia entendido o que havia ocorrido com o seu avô, e ela através dos sinais diz que o ama, é muito emocionante.
O filme termina com Jonas e sua mãe indo até a escola de surdos, Jonas parece bastante nervoso o que é compreensível dada sua experiência traumática com a escola anteriormente. Quando ele entra na escola e vê as crianças sinalizando, percebemos a felicidade dele ao se sentir finalmente incluído. Agora ele mesmo se apresenta ele tem vez e voz, através da língua de sinais para poder dizer: - MEU NOME É JONAS.
 Ao assistir o filme pude refletir sobre a importância da Língua de Sinais para a construção da identidade surda. Através da aquisição da língua de sinais possibilitamos que os surdos se comuniquem com as pessoas que os cercam e de uma maneira acessível e agradável consigam conviver em sociedade e terem a possibilidade de construir uma vida digna.
Termino meu texto com as palavras de GUEDES, 2009, p. 48. Sobre a identidade surda:
Não há uma única forma de ser surdo, não há uma única identidade que dê conta de toda a diferença surda de forma homogênea. Sendo assim, não é compreensível que os surdos continuem sendo vistos a partir das lentes que os determinam e cristalizam na deficiência auditiva. Mais do que leis, escolas especiais ou inclusivas, é necessário que se façam circular outros discursos em relação aos surdos e à surdez.

Referências:

CALDAS, Ana Luiza Paganelli; SCHALLENBERGER, Augusto. “Experiência docente de dois professores surdos na universidade: Choques culturais” In: LOPES, Maura Corcini; FABRIS, Elí Henn(Orgs.) “Aprendizagem & inclusão implicações curriculares” . Santa Cruz do Sul: Edunisc, 2010.
GIORDANI, Liliane. “Educação inclusiva na educação de surdos: o que se permite entre a política oficial e o movimento social?” In: LOPES, Maura Corcini; VIEIRA- MACHADO, Lucyenne Matos da Costa.(Orgs.) “Educação de surdos. Políticas, língua de sinais, comunidade e cultura surda.” Santa Cruz do Sul: Edunisc, 2010.
GUEDES, Betina S. “A língua de sinais na escola inclusiva: estratégias de normalização da comunidade surda” In: LOPES, Maura Corcini; HATTGE, Morgana Domênica (Orgs.) “Inclusão escolar. Conjunto de práticas que governam.”  Autêntica, 2009.
LOPES, Maura Corcini; VEIGA-NETO, Alfredo. “marcadores culturais surdos” In: LOPES, Maura Corcini; VIEIRA- MACHADO, Lucyenne Matos da Costa.(Orgs.) “Educação de surdos. Políticas, língua de sinais, comunidade e cultura surda.” Santa Cruz do Sul: Edunisc, 2010.