segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Sobre experiências de "escolas asa..."

"Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas.

Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do vôo. Pássaros engaiolados são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu dono pode levá-los para onde quiser. Pássaros engaiolados sempre têm um dono. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o vôo.

Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são pássaros em vôo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o vôo, isso elas não podem fazer, porque o vôo já nasce dentro dos pássaros. O vôo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado."

Rubem Alves

Essa semana no seminário integrador IV, fomos brindadas com um brilhante texto do pensador Rubem Alves sobre escolas gaiolas e escolas asas.

Também fomos provocadas a refletirmos sobre quais práticas pedagógicas realizamos que podem se constituir como experiências de "escolas asas" 

Trabalho há bastante tempo na Educação Infantil e cada vez mais tenho refletido sobre como a rotina nesse espaço têm funcionado como uma espécie, utilizando a metáfora de Rubem Alves, de "gaiola". que prende e limita as possibilidades dos alunos viverem suas infâncias e  de professores criarem com autoria suas práticas pedagógicas. 

Assim trago uma experiência que realizei motivada pela leitura do texto, onde ao sair com meus alunos do espaço escolar e ir até uma praça que fica localizada na frente da escola, pudemos, vivenciar alguns momentos de "escola asa". 

Compartilho algumas imagens desse momento: (Todas as imagens tem autorização para serem publicadas) 







Referência:
ALVES, Rubem. Gaiolas ou asas? In: ALVES, Rubem. Por uma educação romântica. Campinas: Papirus, 2002, p. 29-32. 

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