terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Férias: descanso, reflexão e organização


Bom passado o primeiro semestre do curso de Pedagogia, quero registrar minha alegria por poder realizar esse sonho.
Foi um semestre bastante intenso e em alguns momentos cheguei a pensar que não conseguiria dar conta de todas as atividades propostas.
Mas com uma dose de organização e um pouco de disciplina, consegui terminar todas as atividades propostas nas interdisciplinas e passei pelo workshop, após o nervosismo, sinto que essa foi mais uma experiencia gratificante e repleta de aprendizagens nessa trajetória que começo a percorrer.

Agradeço a todas as colegas, professoras e professores e tutores pelo carinho e pela acolhida.

Agora vou aproveitar as férias, pois ninguém é de ferro, né? Mas ano que vem retorno para o blog, com muitas novidades e aprendizagens.

Abraços carinhosos

Renata

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Filme: "A onda": Transferência e desejo de saber



A postagem de hoje como vocês devem estar imaginando será com base no filme: A onda.
Assistimos esse filme na disciplina de Psicologia e realizamos uma análise a partir dos conceitos estudados.
O filme nos ajuda a refletir sobre a responsabilidade que temos como professores e professoras, e o quanto nossos alunos depositam confiança em nossos ensinamentos.

Gostaria então de realizar uma reflexão sobe o filme tendo como base dois conceitos estudados na disciplina: Transferência e desejo de saber.
Uma das autoras estudadas na disciplina foi Kupfer(Livro: Freud e educação). A autora a partir dos escritos de Freud mostra que o fenômeno da transferência pode ocorrer em qualquer relação humana. Segundo a autora Freud se debruçou sobre a relação: analista-paciente, mas o autor também fala da relação professor-aluno. O que nos autoriza a utilizar esse conceito para pensar a Educação. No filme os jovens em diversos momentos transferem sentimentos que vivenciam em suas famílias para a relação com o professor. É quando ocorre essa transferência que o professor começa a exercer de forma mais efetiva uma relação de poder sobre esses alunos.
O segundo conceito é o desejo de saber, pois ele possui uma relação intrínseca  com o conceito de transferência. Segundo Kupfer: "[...] a transferência se produz quando o desejo de saber do aluno se aferra a um elemento particular, que é a pessoa do professor"(p.91). No inicio do filme os alunos que se inscreveram para o projeto sobre os regimes totalitários, eram alunos que não tinham desejo de saber. O professor ao despertar esse desejo nos alunos, consegue estabelecer uma relação com estes e então ensinar. 
O filme tem uma final bastante trágico, e nos ajuda a pensar o quanto esses conceitos são potentes para refletirmos sobre nosso trabalho docente, e principalmente sobre quais são as possibilidades e os limites dessa relação.


terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Papel das expectativas dos professores sobre os alunos


“No entanto, considerar a alfabetização como construção de conhecimento em lugar de simples acúmulo de informação não significa assumir uma posição espontaneísta no que se refere ao ensino. Muito pelo contrário: uma abordagem psicogenética da alfabetização aumenta a responsabilidade da escola, em vez de diminuí-la." 
Telma Weisz 



A reflexão que desejo fazer hoje é a partir da disciplina de alfabetização. Na entrevista que escolhi para abrir essa postagem, a professora Emília Ferreiro vai falar sobre a importância do professor acreditar e investir na capacidade de seus alunos aprenderem, pois caso o professor parta da incapacidade do aluno em aprender, possivelmente essa "profecia" ira tornar-se realidade.
A citação da professora Telma Weisz(que está logo abaixo do vídeo), vai ao encontro do que Ferreiro nos diz na entrevista, enfatizando a responsabilidade do professor no processo de alfabetização.
Segundo Weisz, compreender a alfabetização como construção do conhecimento, não significa retirar a responsabilidade do professor e da escola com relação ao ato de ensinar. Assim a autora busca deixar claro que o processo de alfabetização em uma compreensão psicogenética exige planejamento das ações docentes com objetivos específicos voltados para o processo de construção do conhecimento voltado para alfabetização. Negando assim uma visão espontaneísta (ou de vale tudo) com relação ao trabalho na sala de aula.


sábado, 21 de novembro de 2015

Sobre brincar... Sobre brinacadeiras...

Aqui faço uma reflexão a partir da discussão realizada na disciplina da infância(s) sobre a importância do brincar.

Para motivar o debate assistimos um ótimo documentário: "“Caramba carambola o brincar tá na escola”. 

Assistir o documentário  trouxe diversas reflexões sobre a minha prática pedagógica como professora. Ficou curioso? Dá uma olhada! 



No vídeo diferentes profissionais abordam a importância do brincar para o desenvolvimento da criança. A neurocientista Sônia Padovan explica que ao brincar a criança tem a possibilidade de se construir. A especialista afirma que até os sete anos de idade é a fase em que o sistema nervoso necessita de muitas referências espaciais. É nesse período de desenvolvimento em que os primeiros circuitos neuronais da motricidade são construídos, para depois desenvolver circuitos mais complexos.  Assim ela mostra o quanto o brincar nessa faixa etária é essencial, e que falar de brincar na Educação Infantil é coisa séria.

Gostaria então de relembrar duas brincadeiras que marcaram a minha infância:

A primeira é a brincadeira de elástico, quando nos juntávamos para pular elástico era sempre uma festa. Além de desenvolver várias habilidades motoras nessa brincadeira precisávamos de habilidades sociais como: dividir, esperar sua vez, aceitar perder/errar. Entendo o quanto as marcas dessa brincadeira são profundas para a minha constituição como pessoa hoje.

A segunda era as brincadeiras de mão, tipo: Flaissi, adoletâ, nós quatro, pimponeta, ema-ema... Eram muitos os nomes e as canções que acompanhavam essa brincadeira. O destaque que quero fazer é o quanto esse brincar era divertido e não necessitava de um brinquedo. Atualmente parece que temos colado a ideia de brincar a um brinquedo especifico. Nessas brincadeiras não necessitávamos de brinquedos, apenas do nosso corpo e da disposição para brincar.

Finalizo essa postagem com uma frase que me chamou muita atenção no filme: “[...] a infância não pode esperar a criança do lado de fora da escola”. Penso que considerando a inserção de crianças cada vez mais novas na escola e a maioria delas inseridas em turno integral, precisamos pensar urgentemente em como criar mais espaços para o brincar em nossas escolas de educação infantil. 





sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Experiências escolares alternativas


Este post foi inspirado pela atividade que realizamos na disciplina de história. Nessa atividade fomos incentivadas a pesquisar sobre experiências escolares alternativas. 

Para realizar essa atividade optei por pesquisar sobre a escola da ponte. Dentre os materiais pesquisados, achei muito interessante uma entrevista com o fundador da escola da ponte, José Pacheco realizada pela revista Nova Escola. Nessa entrevista José Pacheco afirma que na escola da ponte não há séries, ciclos, turmas, anos, manuais, testes e aulas. Segundo o professor os alunos de agrupam a partir de temáticas de interesse comum e desenvolvem projetos de pesquisa. Nesses projetos existem momentos de estudos individuais e coletivos. 
Outro destaque que gostaria de fazer com relação a entrevista é que José Pacheco alerta que a escola da ponte não deve ser tomada como um modelo a ser seguido, mas como nos fala Pacheco:

 " A Escola da Ponte fez o que as outras devem e podem fazer, que é produzir sínteses e não se engajar em um único padrão. Não inventamos nada. Estamos em um ponto de redundância teórica. Há muitas correntes e quem quer fazer diferente tem de ter mais interrogações do que certezas. Considero que na educação tudo já está inventado. A Escola da Ponte não é duplicável e não há, felizmente, clonagem de projetos educacionais."  

Com essa afirmação entendo que como coletivo de professores dentro das escolas, podemos e devemos nos inspirar em modelos, mas cada escola deve a partir da sua realidade pensar em projetos significativos para desenvolver nela. 

Fonte consultada: http://revistaescola.abril.com.br/formacao/jose-pacheco-escola-ponte-479055.shtml

sábado, 14 de novembro de 2015

Afinal: quem nós somos?



Essa postagem é motivada pelo estudo dessa semana da disciplina de Psicologia. Nessa semana o tema que estamos estudando é: "Relação professor-aluno: o desejo de saber e transferência."

Assistimos um vídeo onde o professor Mario Eduardo Costa Pereira diz que a escola é fundamental não apenas como local onde irá ocorrer a transmissão de conteúdos e de preparação para uma profissão, mas também como local onde irá ocorrer a socialização fora da família.
O professor nos provoca a pensar que a criança nessa experiencia escolar vai levar no "pacote" um monte de coisas, entretanto muitas coisas não estarão nesse "pacote cultural" que a criança recebe.
Segundo Pereira o que não estaria no pacote seriam respostas para algumas questões como:

- De onde viemos?
- Para onde vamos?
- Qual o sentido da gente nesse mundo?
- Para que serve passar esse tempo que a gente passa no mundo?
- Qual o papel dos outros na nossa vida?

A criança não sai com respostas para essas perguntas da sua experiência escolar, mas ao mesmo tempo que ela herda essas questões da sua experiência ela também herda a necessidade de criar respostas(que são só suas) para essas questões.

Assim entendo que o papel da escola, seria oferecer ferramentas para que as crianças produzam essas respostas. Com base nessa pequena reflexão e inspirada pela charge da Mafalda, encerro essa postagem, com um questionamento:

-Como escola, estamos oferecendo ferramentas, para que nossos alunos construam uma resposta do que eles são, para além de um ser que precisa consumir para ser feliz e se relacionar?


quarta-feira, 11 de novembro de 2015

(Des) encantos da modernidade pedagógica (Clarisse Nunes)

Essa postagem foi motivada pela leitura do texto “(des) encantos da modernidade pedagógica" lido para a disciplina de história.
No texto a autora Clarice Nunes, vai analisar as modificações ocorridas no espaço e na organização escolar, mostrando que elas tiveram como objetivo uma reforma do espirito público.

Para realizar essas analises a autora descreve três movimentos:

1    1- Quando a casa vira escola
      2-Quando a escola simula a caserna 
      3-A escola reinventa e resiste ao moderno

A autora vai mostrar que ao encerrar os corpos de alunos e professores, em espaços fechados irá se evidenciar problemas de saúde nos professores e nos alunos. Assim será a instituição escolar que irá evidenciar a problemática da saúde pública mostrando que a doença pode atingir qualquer pessoa independente da classe social. Assim o Estado irá privilegiar suas ações como foco na saúde no espaço escolar, o que apresenta resultados concretos.

Em suas análises a autora irá mostrar que além das questões de saúde, a necessidade de controle da participação política da população de massa por meio das eleições, vai encontrar na escola pública um instrumento estratégico. 

"Qual a necessidade do herói? Qual sua função nos textos escolares? Sem dúvida, inculcar nos pequenos leitores uma forma de pensar a nacionalidade. Mas o mito do herói também está presente na atuação dos intelectuais educadores e nos projetos educativos que gestaram: seja o heroísmo épico e a vontade hercúlea de fazer a história; o heroísmo trágico e a ameaça da incompreensão, da injustiça, do desgosto, seja o heroísmo pícaro, cuja única preocupação é sobreviver. Que versão mais nos incomoda? Que versão combatemos? Quem sabe se a definição mesma da educação e do educador, ainda hoje, não se constrói na tensão dessas três expressões heroicas? " (Clarisse Nunes) 

As palavras de Clarisse Nunes nos ajudam a refletir sobre como os professores podem estar se constituindo como heróis na contemporaneidade: seja através da nossa vontade de fazer história, seja um heroísmo trágico ou o ato heroico de sobreviver. 

Encerro essa postagem com essa reflexão: Qual formato heroico os professores na contemporaneidade tem ocupado prioritariamente? 






sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Erotização dos corpos infantis



Essa postagem foi motivada pela leitura do texto: "Erotização dos corpos infantis na sociedade de consumo", escrito por Jane Felipe e Bianca Salazar Guizzo, que realizamos para a disciplina de Infância(s). 
Segundo as autoras as propagandas impressas veiculam e afetam a construção de identidades infantis. Ao olharmos para essas propagandas operando com os conceitos de Gênero e Sexualidade, podemos nos perguntar: quais significados são construídos sobre a infância ao veicular propagandas como essas que escolhi para abrir essa postagem? 

Felipe e Guizzo, vão mostrar que a representação de uma infância pura e ingênua nas propagandas tem sido substituída por imagens extremamente erotizadas. As autoras também destacam que essa modificação ocorre voltada especialmente para o corpo feminino.

Com base no que as autoras apontam olhando para a propaganda que abre essa postagem, podemos observar um corpo infantil, de uma menina que deve ter no máximo 10 anos de idade, deitado de forma bastante sensual e com uma frase que pode ser entendia como um convite: Use e se lambuze! Entendo que como futura pedagoga preciso olhar para imagens como essa e problematizar como a infância e os corpos infantis tem sido produzidos pelos veículos midiáticos

Encerro essa postagem com duas provocações feitas no texto por Felipe e Guizzo:
 1- A publicidade voltada hoje para o público infantil e feminino tem construído determinados padrões de beleza que são tomados como únicos: corpo jovem, magro, branco e sensual. 
2- Ao mesmo tempo que esse corpo infantil é construído como um objeto de desejo, é crescente o número de campanhas de moralização condenado qualquer tipo de relação sexual entre adultos e crianças.

Entendo que esse paradoxo deve ser explicitado para que possamos problematizar as formas como a mídia tem narrado e construído uma infância erotizada. Penso que esse tipo de debate deve ser levado especialmente para as famílias e para os professores que atuam diretamente com esse público para que possamos refletir sobre essa questão.

Ficou curios@ com relação a essa temática? Então assista a essa entrevista com a professora Jane Felipe, onde ela explica um pouco mais sobre os conceitos utilizados nesse texto, especialmente sobre a sua pesquisa que tem como foco investigar o que ela chama de: "pedofilização da sociedade", vale a pena conferir! 


Os Sinos de Anya



Na postagem de hoje quero contar sobre um filme que assistimos na disciplina de alfabetização. O filme se chama: "Os Sinos de Anya" e conta a história do encontro entre uma senhora Cega e um menino, que no decorrer do filme descobrimos que é disléxico.
Do encontro desses dois personagens, surge uma bela amizade. Scott ajuda Anya a vencer o medo de sair de casa e Anya ajuda Scott a aprender a ler através do Braille.
Quero aqui realizar uma reflexão do que significou ver esse filme. 

Penso que se tivesse que escolher uma palavra para descrever o filme, a palavras escolhida seria: RELAÇÃO.

Você deve estar se perguntando: Por que relação?

Destacaria então aqui quatro motivos:
1- A relação entre Scott e sua mãe, que em alguns momentos do filme começa a ser fragilizada. 
2- A relação entre Scott e Anya que ajuda os dois a superarem seus medos. 
3- A relação de Scott e sua professora.
4- A relação de Scott consigo mesmo 

Vou contar para vocês um pouco sobre essas relações: 

Em um encontro da professora com a mãe de Scott, ela explica que Scott é preguiçoso, não realiza as tarefas e que não consegue aprender. A mãe de Scott mesmo não concordando com a metodologia da professora fica se questionando sobre a capacidade do seu filho.
A professora ao olhar para a turma como um todo, não pode compreender as especificidades na forma de aprender de Scott e assim o considerava incapaz. De tanto a professora e os colegas repetirem, o próprio Scott passou a acreditar que ele não era capaz de aprender a ler.
Quando Scott, passa a ser “olhado” por Anya de outra forma, ele começa novamente a acreditar que pode aprender e após o diagnóstico da dislexia, mas especialmente de um olhar voltado para as especificidades na forma de aprender de Scott ele poderá obter sucesso na sua trajetória escolar. 

Ficou com vontade se ver também? 

É só acessar o link:

https://www.youtube.com/watch?v=-3tzKflmoPw

domingo, 25 de outubro de 2015

Educar uma infância Pós-Moderna: reflexões


“A rede midiática e de consumo em que as crianças das escolas estudadas vivem mobiliza o desejo, vende experiências humanas, estimula a imaginação, cria necessidades, padrões de exigência, significados, capital simbólico e práticas que são compartilhadas por elas.” (Mariângela Momo, 2010)




Nessa postagem gostaria de fazer uma reflexão, a partir de um texto estudado na disciplina de Infância(s). 
O excerto que abre essa postagem, foi retirado deste texto. Mariangêla Momo, nos provoca a pensar como a mídia tem produzido formas de ser criança na sociedade contemporânea, ligadas a lógica do consumo. 
Assim gostaria me pergunto: Qual o papel da escola frente à essa realidade? 

Acredito que a escola possa se constituir como um espaço importante para reflexão e problematização dessas questões. Não no sentido de se posicionar contra essa lógica (até porque entendo que estamos todos inseridos nela, e que seria pouco possível, especialmente a curto prazo, romper como uma lógica que tem se estabelecido ao longo de muito tempo.) mas de refletir sobre como essas questões tem operado dentro da lógica escolarizada.

Penso que um primeiro passo importante seria inserir esse tipo de debate, na formação de professores, pois acredito que uma proposta pedagógica estabelecida pelo coletivo de professores e professoras que atuam em uma determinada realidade é mais potente do que o trabalho realizado de forma individual por uma professora em sua sala de aula. Penso que esse tipo de debate precisa estar inserido no Projeto Político Pedagógico da escola, e ser abordado de forma transversal pelo coletivo de professores.
Se entendemos que nossos alunos e alunas estão inseridos nessa lógica do consumo e que a mídia tem se constituído como um espaço formativo para criar cada vez mais cedo: crianças/jovens consumidores, a escola poderia se inserir como um espaço que realiza pequenos movimentos que se propõem operar em outra lógica. 
Um exemplo de proposta que realizamos em nossa escola de Educação Infantil, foi propor para as famílias que os materiais das crianças ao invés de remeterem a um personagem especifico, se constitui-se como um elo entre eles e as famílias. Assim a ideia é que se comprasse mochilas e cadernos “lisos” e imprimisse marcas da família nesses espaços, como fotos, chaveiros, cheiros, etc...
Essa proposta teve uma dupla função: além de ser um objeto de transição importante para os alunos que estavam em fases de adaptação, não incentivou o consumo de artefatos de personagens infantis específicos.  Muitos dos nossos alunos permanecem quatro anos com a mesma mochila que vai ganhando diferentes adereços e características ao longo da sua estada na nossa escola. 




sábado, 24 de outubro de 2015

Freud explica...


Nas atividades da disciplina de Psicologia temos estudado de forma bastante intensa o pensamento de Freud e como ele tem constituído muitas das formas como temos pensado a Educação contemporaneamente.
Usei essa frase: "Freud explica..." para abrir essa postagem, porque ela me parece bem emblemática e a partir das reflexões realizadas nas disciplina pude compreender porque o pensamento Freudiano tomou tanta proporção e porque utilizamos essa frase hoje com tanta frequência.

Freud ao descrever o que ele chama de ID, EGO e SUPER-EGO vai explicar que enquanto o Ego é ligado de forma direta com o meio externo, o super-ego tem uma relação direta com o mundo interno do ID.
Assim podemos pensar que o super-ego seria a censura das pulsões que a sociedade e a cultura impõe ao ID.

Compreender como esses mecanismos funcionam, e operam nos ajudam a compreender muitas das formas como temos nos constituídos como sujeitos. Freud, ao inventar/descrever o inconsciente mostra que muitas de nossas ações podem ocorrer por algum motivo que não nos parece evidente de imediato.

Por isso que quando agimos de alguma forma, que não havia sido pensada previamente, e após ao racionalizar encontramos um motivo para tal equivoco utilizamos a expressão: "Freud explica..."


sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Sistema de escrita X Sistema de desenho





Nessa semana realizei a leitura do texto Ver, Criar, Compreender escrito por Analice Dutra Pillar.
Nesse texto a autora enfoca algumas relações entre os processos de desenho e de escrita. Para estabelecer essa relação ela toma como base as estratégias de representação construídas pelas crianças para se apropriarem desses sistemas.
A autora apresenta no texto os estágios do desenho infantil a partir de Luquet que seriam: 1- Realismo Fortuito: A criança faz marcas na superfície pelo prazer visual. 2- Desenho voluntário: Tem intenção de representar o seu meio através do desenho. 3- Incapacidade sintética: Constrói formas diferenciadas para cada categoria de objetos. 4- Realismo Intelectual: criança procura se expressar de forma mais ampla e rica. 5- Realismo visual: criança busca desenhar o que percebe visualmente dos objetos.
Após a criança diferenciar as marcas gráficas da escrita e da leitura ela começa a desenvolver ambos os sistemas, esse estágio é denominado pela autora a partir dos estudos de Emília Ferreiro como nível pré- silábico onde a criança inicialmente utiliza grafismos primitivos e depois começa a construir hipóteses relativas a: quantidade de letras, repertório e posição que ocupam. O próximo estágio seria o nível- silábico onde a criança estabelece uma relação entre a escrita e a pronuncia de palavras. Depois seria o nível silábico- alfabético onde a criança ao entrar em conflito com a hipótese silábico começa a compreender que precisa utilizar mais letras (estágio de transição). No nível alfabético a criança abandonaria o nível silábico e começaria a escrever um grafema para cada fonema.
Ao analisar a relação entre esses sistemas a autora vai mostrar que: “O desenho começa como uma escrita e a escrita como um desenho”. 

Após ler o texto lembrei de uma experiencia pedagógica que realizei com uma turma de primeiro ano. As quatro imagens que abrem essa postagem são dessa atividade. 

Na primeira imagem temos a receita de um brigadeirão, na receita encontramos tanto os ingredientes escritos, bem como gravuras representativas destes.
Assim pude levar os alunos a refletir sobre a diferença entre o sistema de escrita e de desenho.
Os alunos eram chamados até o quadro para identificar, onde estava escrito algumas das palavras e através de hipóteses e com ajuda da professora e dos colegas circulavam estas palavras.
Após fomos até o mercado para comprar os ingredientes e fazer a receita.
Acredito que nessa atividade em diversos momentos ao alunos tiveram a oportunidade de desenvolver o sistema de escrita, compreendo e distinguindo do sistema de desenho.


quinta-feira, 1 de outubro de 2015

A Maquinaria Escolar

"Aqui se procurará mostrar que a escola primária, enquanto forma de socialização privilegiada e lugar de passagem obrigatória para as crianças das classes populares, é uma instituição recente cujas bases administrativas e legislativas contam com um pouco mais do que um século de existência" (Julia Varela e Fernando Alvarez- Uria)

A postagem de hoje é motivada pela leitura que realizamos na disciplina de história do texto: "A maquinaria escolar" escrito pelos pesquisadores Julia Varela e Fernando Alvarez-Uria.

A partir da leitura deste, pude compreender a escola moderna como uma INVENÇÃO. Que teve sua criação a partir de um conjunto de dispositivos(definição de um estatuto da infância, emergência de um espaço físico destinado para educação das crianças, aparecimento de um corpo de especialistas, destruição de outros modos de educação, institucionalização propriamente dita da escola) e com base em um objetivo.

Ao entender que a educação escolarizada foi institucionalizada com base nesses dispositivos e com um objetivo especifico, me pergunto: Poderíamos pensar a Educação escolarizada de outros modos? Como a música do grupo Pink Floyd, que eu escolhi para abrir essa postagem nos afirma "Nós não precisamos de Educação!": será que não precisamos de Educação? Ou não precisamos de uma educação homogeneizadora e precisamos urgentemente pensar em outros modos de Educação?

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Sobre infância(s)...

Nessa semana chuvosa... refleti especialmente, sobre as discussões realizadas na disciplina de Infância e o meu trabalho na sala de aula.

Nessa disciplina estudamos dois textos:

       O direito à trsiteza - Contardo Calligaris
Tudo, ao mesmo tempo, agora! A vida urgente das crianças contemporâneas- Mariangela Momo

A partir da leitura dos textos, e nas discussões que estabelecemos tanto na aula presencial, como nos fóruns no moodle, comecei a me perguntar:

Que atividades tenho oferecido para os meus alunos a partir de um conceito "naturalizado" de infância? Tenho permitido que eles sintam/expressem tristeza? De que forma utilizamos o "tempo" dentro das nossas atividades? Estamos sempre "correndo"?

Assim essa semana, organizei uma atividade para fazermos nossas próprias massinhas de modelar. Nessa atividade além de trabalhar a motricidade fina dos alunos, as cores... enfim conteúdos que acredito serem importantes para essa faixa etária, busquei proporcionar momentos de lazer... alegria... onde os alunos tivessem a possibilidade de explorar essa material... com tempo...
Nessa atividade os alunos puderam experimentar também, alguns momentos de frustração... poia às vezes a massinha grudava nas mãos, gerando desconforto... e ao lidar com esse sentimento e buscar
soluções para resolver o problema (inclusive pedindo apoio para o colega) os alunos puderam viver/experimentar... diferentes experiências!

"Urgência, rapidez, imediatez são condutas que já estão incorporadas aos modos de viver das crianças de hoje, produzindo um fenômeno que talvez pudéssemos denominar de "infância instantânea"."(Mariangela Momo)

"Conselho aos adultos (pais, terapeutas, etc..): quando uma criança parece estar deprimida, o mais urgente não é reconhecer os "sinais" de uma doença e inventar jeitos de lhe devolver uma caricatura de sorriso. O mais urgente, para seu bem, é reconhecer que uma criança tem o DIREITO de estar triste, porque ela não é apenas um boneco cuja euforia deve nos consolar das perdas e danos de nossa existência; ela tem vida própria."(Contardo Calligaris) 

Confira alguns desses momentos, nas fotos abaixo (todas as fotos aqui postadas possuem autorização assinas pelos responsáveis):






































sábado, 19 de setembro de 2015

Sobre o blog...




"Há momentos na vida em que a questão de saber se podemos pensar diferentemente do que pensamos, e perceber diferentemente do que vemos, é absolutamente necessária se quisermos continuar de algum modo a olhar e refletir" (Michel Foucault)

Olhar e refletir me parece que esses são os dois verbos que irão me acompanhar durante esse processo de tornar-me PEDAGOGA... 
Nesse espaço virtual, desejo contar um pouco de como esse processo de cursar Pedagogia, articulado com o meu trabalho em sala de aula está produzindo efeitos e me constituindo pedagoga.

(As fotos postadas, possuem autorização dos responsáveis das crianças)