domingo, 25 de outubro de 2015

Educar uma infância Pós-Moderna: reflexões


“A rede midiática e de consumo em que as crianças das escolas estudadas vivem mobiliza o desejo, vende experiências humanas, estimula a imaginação, cria necessidades, padrões de exigência, significados, capital simbólico e práticas que são compartilhadas por elas.” (Mariângela Momo, 2010)




Nessa postagem gostaria de fazer uma reflexão, a partir de um texto estudado na disciplina de Infância(s). 
O excerto que abre essa postagem, foi retirado deste texto. Mariangêla Momo, nos provoca a pensar como a mídia tem produzido formas de ser criança na sociedade contemporânea, ligadas a lógica do consumo. 
Assim gostaria me pergunto: Qual o papel da escola frente à essa realidade? 

Acredito que a escola possa se constituir como um espaço importante para reflexão e problematização dessas questões. Não no sentido de se posicionar contra essa lógica (até porque entendo que estamos todos inseridos nela, e que seria pouco possível, especialmente a curto prazo, romper como uma lógica que tem se estabelecido ao longo de muito tempo.) mas de refletir sobre como essas questões tem operado dentro da lógica escolarizada.

Penso que um primeiro passo importante seria inserir esse tipo de debate, na formação de professores, pois acredito que uma proposta pedagógica estabelecida pelo coletivo de professores e professoras que atuam em uma determinada realidade é mais potente do que o trabalho realizado de forma individual por uma professora em sua sala de aula. Penso que esse tipo de debate precisa estar inserido no Projeto Político Pedagógico da escola, e ser abordado de forma transversal pelo coletivo de professores.
Se entendemos que nossos alunos e alunas estão inseridos nessa lógica do consumo e que a mídia tem se constituído como um espaço formativo para criar cada vez mais cedo: crianças/jovens consumidores, a escola poderia se inserir como um espaço que realiza pequenos movimentos que se propõem operar em outra lógica. 
Um exemplo de proposta que realizamos em nossa escola de Educação Infantil, foi propor para as famílias que os materiais das crianças ao invés de remeterem a um personagem especifico, se constitui-se como um elo entre eles e as famílias. Assim a ideia é que se comprasse mochilas e cadernos “lisos” e imprimisse marcas da família nesses espaços, como fotos, chaveiros, cheiros, etc...
Essa proposta teve uma dupla função: além de ser um objeto de transição importante para os alunos que estavam em fases de adaptação, não incentivou o consumo de artefatos de personagens infantis específicos.  Muitos dos nossos alunos permanecem quatro anos com a mesma mochila que vai ganhando diferentes adereços e características ao longo da sua estada na nossa escola. 




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