“A rede midiática e de consumo em que as crianças das escolas estudadas vivem mobiliza o desejo, vende experiências humanas, estimula a imaginação, cria necessidades, padrões de exigência, significados, capital simbólico e práticas que são compartilhadas por elas.” (Mariângela Momo, 2010)
Nessa postagem gostaria de fazer uma reflexão, a partir de um texto estudado na disciplina de Infância(s).
O excerto que abre essa postagem, foi retirado deste texto. Mariangêla Momo, nos provoca a pensar como a mídia tem produzido formas de ser criança na sociedade contemporânea, ligadas a lógica do consumo.
Assim gostaria me pergunto: Qual o papel da escola frente à essa realidade?
Acredito que a
escola possa se constituir como um espaço importante para reflexão e
problematização dessas questões. Não no sentido de se posicionar contra essa
lógica (até porque entendo que estamos todos inseridos nela, e que seria pouco
possível, especialmente a curto prazo, romper como uma lógica que tem se
estabelecido ao longo de muito tempo.) mas de refletir sobre como essas
questões tem operado dentro da lógica escolarizada.
Penso que um
primeiro passo importante seria inserir esse tipo de debate, na formação de
professores, pois acredito que uma proposta pedagógica estabelecida pelo
coletivo de professores e professoras que atuam em uma determinada realidade é
mais potente do que o trabalho realizado de forma individual por uma professora
em sua sala de aula. Penso que esse tipo de debate precisa estar inserido no
Projeto Político Pedagógico da escola, e ser abordado de forma transversal pelo
coletivo de professores.
Se entendemos
que nossos alunos e alunas estão inseridos nessa lógica do consumo e que a
mídia tem se constituído como um espaço formativo para criar cada vez mais
cedo: crianças/jovens consumidores, a escola poderia se inserir como um espaço
que realiza pequenos movimentos que
se propõem operar em outra lógica.
Um exemplo de proposta que realizamos em
nossa escola de Educação Infantil, foi propor para as famílias que os materiais
das crianças ao invés de remeterem a um personagem especifico, se constitui-se
como um elo entre eles e as famílias. Assim a ideia é que se comprasse mochilas
e cadernos “lisos” e imprimisse marcas da família nesses espaços, como fotos,
chaveiros, cheiros, etc...
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