sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Erotização dos corpos infantis



Essa postagem foi motivada pela leitura do texto: "Erotização dos corpos infantis na sociedade de consumo", escrito por Jane Felipe e Bianca Salazar Guizzo, que realizamos para a disciplina de Infância(s). 
Segundo as autoras as propagandas impressas veiculam e afetam a construção de identidades infantis. Ao olharmos para essas propagandas operando com os conceitos de Gênero e Sexualidade, podemos nos perguntar: quais significados são construídos sobre a infância ao veicular propagandas como essas que escolhi para abrir essa postagem? 

Felipe e Guizzo, vão mostrar que a representação de uma infância pura e ingênua nas propagandas tem sido substituída por imagens extremamente erotizadas. As autoras também destacam que essa modificação ocorre voltada especialmente para o corpo feminino.

Com base no que as autoras apontam olhando para a propaganda que abre essa postagem, podemos observar um corpo infantil, de uma menina que deve ter no máximo 10 anos de idade, deitado de forma bastante sensual e com uma frase que pode ser entendia como um convite: Use e se lambuze! Entendo que como futura pedagoga preciso olhar para imagens como essa e problematizar como a infância e os corpos infantis tem sido produzidos pelos veículos midiáticos

Encerro essa postagem com duas provocações feitas no texto por Felipe e Guizzo:
 1- A publicidade voltada hoje para o público infantil e feminino tem construído determinados padrões de beleza que são tomados como únicos: corpo jovem, magro, branco e sensual. 
2- Ao mesmo tempo que esse corpo infantil é construído como um objeto de desejo, é crescente o número de campanhas de moralização condenado qualquer tipo de relação sexual entre adultos e crianças.

Entendo que esse paradoxo deve ser explicitado para que possamos problematizar as formas como a mídia tem narrado e construído uma infância erotizada. Penso que esse tipo de debate deve ser levado especialmente para as famílias e para os professores que atuam diretamente com esse público para que possamos refletir sobre essa questão.

Ficou curios@ com relação a essa temática? Então assista a essa entrevista com a professora Jane Felipe, onde ela explica um pouco mais sobre os conceitos utilizados nesse texto, especialmente sobre a sua pesquisa que tem como foco investigar o que ela chama de: "pedofilização da sociedade", vale a pena conferir! 


Os Sinos de Anya



Na postagem de hoje quero contar sobre um filme que assistimos na disciplina de alfabetização. O filme se chama: "Os Sinos de Anya" e conta a história do encontro entre uma senhora Cega e um menino, que no decorrer do filme descobrimos que é disléxico.
Do encontro desses dois personagens, surge uma bela amizade. Scott ajuda Anya a vencer o medo de sair de casa e Anya ajuda Scott a aprender a ler através do Braille.
Quero aqui realizar uma reflexão do que significou ver esse filme. 

Penso que se tivesse que escolher uma palavra para descrever o filme, a palavras escolhida seria: RELAÇÃO.

Você deve estar se perguntando: Por que relação?

Destacaria então aqui quatro motivos:
1- A relação entre Scott e sua mãe, que em alguns momentos do filme começa a ser fragilizada. 
2- A relação entre Scott e Anya que ajuda os dois a superarem seus medos. 
3- A relação de Scott e sua professora.
4- A relação de Scott consigo mesmo 

Vou contar para vocês um pouco sobre essas relações: 

Em um encontro da professora com a mãe de Scott, ela explica que Scott é preguiçoso, não realiza as tarefas e que não consegue aprender. A mãe de Scott mesmo não concordando com a metodologia da professora fica se questionando sobre a capacidade do seu filho.
A professora ao olhar para a turma como um todo, não pode compreender as especificidades na forma de aprender de Scott e assim o considerava incapaz. De tanto a professora e os colegas repetirem, o próprio Scott passou a acreditar que ele não era capaz de aprender a ler.
Quando Scott, passa a ser “olhado” por Anya de outra forma, ele começa novamente a acreditar que pode aprender e após o diagnóstico da dislexia, mas especialmente de um olhar voltado para as especificidades na forma de aprender de Scott ele poderá obter sucesso na sua trajetória escolar. 

Ficou com vontade se ver também? 

É só acessar o link:

https://www.youtube.com/watch?v=-3tzKflmoPw

domingo, 25 de outubro de 2015

Educar uma infância Pós-Moderna: reflexões


“A rede midiática e de consumo em que as crianças das escolas estudadas vivem mobiliza o desejo, vende experiências humanas, estimula a imaginação, cria necessidades, padrões de exigência, significados, capital simbólico e práticas que são compartilhadas por elas.” (Mariângela Momo, 2010)




Nessa postagem gostaria de fazer uma reflexão, a partir de um texto estudado na disciplina de Infância(s). 
O excerto que abre essa postagem, foi retirado deste texto. Mariangêla Momo, nos provoca a pensar como a mídia tem produzido formas de ser criança na sociedade contemporânea, ligadas a lógica do consumo. 
Assim gostaria me pergunto: Qual o papel da escola frente à essa realidade? 

Acredito que a escola possa se constituir como um espaço importante para reflexão e problematização dessas questões. Não no sentido de se posicionar contra essa lógica (até porque entendo que estamos todos inseridos nela, e que seria pouco possível, especialmente a curto prazo, romper como uma lógica que tem se estabelecido ao longo de muito tempo.) mas de refletir sobre como essas questões tem operado dentro da lógica escolarizada.

Penso que um primeiro passo importante seria inserir esse tipo de debate, na formação de professores, pois acredito que uma proposta pedagógica estabelecida pelo coletivo de professores e professoras que atuam em uma determinada realidade é mais potente do que o trabalho realizado de forma individual por uma professora em sua sala de aula. Penso que esse tipo de debate precisa estar inserido no Projeto Político Pedagógico da escola, e ser abordado de forma transversal pelo coletivo de professores.
Se entendemos que nossos alunos e alunas estão inseridos nessa lógica do consumo e que a mídia tem se constituído como um espaço formativo para criar cada vez mais cedo: crianças/jovens consumidores, a escola poderia se inserir como um espaço que realiza pequenos movimentos que se propõem operar em outra lógica. 
Um exemplo de proposta que realizamos em nossa escola de Educação Infantil, foi propor para as famílias que os materiais das crianças ao invés de remeterem a um personagem especifico, se constitui-se como um elo entre eles e as famílias. Assim a ideia é que se comprasse mochilas e cadernos “lisos” e imprimisse marcas da família nesses espaços, como fotos, chaveiros, cheiros, etc...
Essa proposta teve uma dupla função: além de ser um objeto de transição importante para os alunos que estavam em fases de adaptação, não incentivou o consumo de artefatos de personagens infantis específicos.  Muitos dos nossos alunos permanecem quatro anos com a mesma mochila que vai ganhando diferentes adereços e características ao longo da sua estada na nossa escola. 




sábado, 24 de outubro de 2015

Freud explica...


Nas atividades da disciplina de Psicologia temos estudado de forma bastante intensa o pensamento de Freud e como ele tem constituído muitas das formas como temos pensado a Educação contemporaneamente.
Usei essa frase: "Freud explica..." para abrir essa postagem, porque ela me parece bem emblemática e a partir das reflexões realizadas nas disciplina pude compreender porque o pensamento Freudiano tomou tanta proporção e porque utilizamos essa frase hoje com tanta frequência.

Freud ao descrever o que ele chama de ID, EGO e SUPER-EGO vai explicar que enquanto o Ego é ligado de forma direta com o meio externo, o super-ego tem uma relação direta com o mundo interno do ID.
Assim podemos pensar que o super-ego seria a censura das pulsões que a sociedade e a cultura impõe ao ID.

Compreender como esses mecanismos funcionam, e operam nos ajudam a compreender muitas das formas como temos nos constituídos como sujeitos. Freud, ao inventar/descrever o inconsciente mostra que muitas de nossas ações podem ocorrer por algum motivo que não nos parece evidente de imediato.

Por isso que quando agimos de alguma forma, que não havia sido pensada previamente, e após ao racionalizar encontramos um motivo para tal equivoco utilizamos a expressão: "Freud explica..."


sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Sistema de escrita X Sistema de desenho





Nessa semana realizei a leitura do texto Ver, Criar, Compreender escrito por Analice Dutra Pillar.
Nesse texto a autora enfoca algumas relações entre os processos de desenho e de escrita. Para estabelecer essa relação ela toma como base as estratégias de representação construídas pelas crianças para se apropriarem desses sistemas.
A autora apresenta no texto os estágios do desenho infantil a partir de Luquet que seriam: 1- Realismo Fortuito: A criança faz marcas na superfície pelo prazer visual. 2- Desenho voluntário: Tem intenção de representar o seu meio através do desenho. 3- Incapacidade sintética: Constrói formas diferenciadas para cada categoria de objetos. 4- Realismo Intelectual: criança procura se expressar de forma mais ampla e rica. 5- Realismo visual: criança busca desenhar o que percebe visualmente dos objetos.
Após a criança diferenciar as marcas gráficas da escrita e da leitura ela começa a desenvolver ambos os sistemas, esse estágio é denominado pela autora a partir dos estudos de Emília Ferreiro como nível pré- silábico onde a criança inicialmente utiliza grafismos primitivos e depois começa a construir hipóteses relativas a: quantidade de letras, repertório e posição que ocupam. O próximo estágio seria o nível- silábico onde a criança estabelece uma relação entre a escrita e a pronuncia de palavras. Depois seria o nível silábico- alfabético onde a criança ao entrar em conflito com a hipótese silábico começa a compreender que precisa utilizar mais letras (estágio de transição). No nível alfabético a criança abandonaria o nível silábico e começaria a escrever um grafema para cada fonema.
Ao analisar a relação entre esses sistemas a autora vai mostrar que: “O desenho começa como uma escrita e a escrita como um desenho”. 

Após ler o texto lembrei de uma experiencia pedagógica que realizei com uma turma de primeiro ano. As quatro imagens que abrem essa postagem são dessa atividade. 

Na primeira imagem temos a receita de um brigadeirão, na receita encontramos tanto os ingredientes escritos, bem como gravuras representativas destes.
Assim pude levar os alunos a refletir sobre a diferença entre o sistema de escrita e de desenho.
Os alunos eram chamados até o quadro para identificar, onde estava escrito algumas das palavras e através de hipóteses e com ajuda da professora e dos colegas circulavam estas palavras.
Após fomos até o mercado para comprar os ingredientes e fazer a receita.
Acredito que nessa atividade em diversos momentos ao alunos tiveram a oportunidade de desenvolver o sistema de escrita, compreendo e distinguindo do sistema de desenho.


quinta-feira, 1 de outubro de 2015

A Maquinaria Escolar

"Aqui se procurará mostrar que a escola primária, enquanto forma de socialização privilegiada e lugar de passagem obrigatória para as crianças das classes populares, é uma instituição recente cujas bases administrativas e legislativas contam com um pouco mais do que um século de existência" (Julia Varela e Fernando Alvarez- Uria)

A postagem de hoje é motivada pela leitura que realizamos na disciplina de história do texto: "A maquinaria escolar" escrito pelos pesquisadores Julia Varela e Fernando Alvarez-Uria.

A partir da leitura deste, pude compreender a escola moderna como uma INVENÇÃO. Que teve sua criação a partir de um conjunto de dispositivos(definição de um estatuto da infância, emergência de um espaço físico destinado para educação das crianças, aparecimento de um corpo de especialistas, destruição de outros modos de educação, institucionalização propriamente dita da escola) e com base em um objetivo.

Ao entender que a educação escolarizada foi institucionalizada com base nesses dispositivos e com um objetivo especifico, me pergunto: Poderíamos pensar a Educação escolarizada de outros modos? Como a música do grupo Pink Floyd, que eu escolhi para abrir essa postagem nos afirma "Nós não precisamos de Educação!": será que não precisamos de Educação? Ou não precisamos de uma educação homogeneizadora e precisamos urgentemente pensar em outros modos de Educação?