Minha primeira postagem desse semestre refere-se as discussões estabelecidas na aula do dia 05/03/18 onde assistimos um trecho de uma animação produzida por Ellen Stein que é parte integrante do documentário "Democratic Schools" produzido por Jan Gabbert em 2006.
Porém, antes de iniciar essa breve reflexão gostaria de agradecer as boas vindas da professora Simone e da tutora Carmen bem como de todos colegas que me receberam muito bem na turma D de segunda -feira. Também agradeço as professoras Rosane e Mariangêla, ao tutor Glauber e as colegas de quarta- feira que me acompanharam nas atividades do seminário integrador. Infelizmente precisei trocar de dia para poder realizar o sonho de concluir o curso de Pedagogia na UFRGS. Assim agradeço ao apoio e a acolhida tão importantes nesse momento da minha trajetória.
Retomo então a reflexão que pretendo estabelecer na postagem de hoje, sobre a animação, escolas democráticas. Para organizar essa reflexão busquei organizar minha escrita em dois momentos. No primeiro realizo uma breve descrição da escola apresentada no vídeo a luz do conceito de Educação bancária e após na segunda parte apresento algumas possibilidades de pensar outra escola a partir da noção de Educação problematizadora. Tanto a concepção de Educação bancária como a concepção de Educação problematizadora que usarei nessa postagem foram desenvolvidas por Paulo Freire (2011) na conhecida obra: "Pedagogia do oprimido".
O vídeo retrata uma escola onde os alunos não interagem nem entre seus pares nem com os professores. Na maioria das cenas percebemos alunos passivos e professores ocupando um lugar central na organização da dinâmica de sala de aula. Em algumas cenas os alunos buscam se articular e oferecer outras propostas, porém elas não são levadas em conta nem pelos professores, nem pela equipe diretiva. Parece se estabelecer entre os professores uma compreensão de que a aprendizagem ocorre pela transmissão de um saber que o professor detém para um aluno que não possui saberes, uma tábula rasa.
Essa breve descrição da escola e das práticas pedagógicas lá desenvolvidas vai ao encontro de uma Concepção de Educação bancária, desenvolvida por Paulo Freire na obra "Pedagogia do oprimido". Essa obra foi escrita no ano de 1968 período em que Freire estava exilado, e lançada no
Brasil na década de 1970.
Na obra o
autor propõe uma crítica radical a proposta tradicional de educação que ele
denominou como educação bancária. Essa concepção seria problemática pois o
professor teria uma percepção passiva dos alunos como meros receptores de
informação. Em contraposição a essa noção de educação Freire irá propor uma
visão problematizadora da educação que implica a superação da contradição
educador e educando, transformando o professor em companheiro dos alunos que
aprende com eles. Nas palavras de Gadotti (2012, p. 459), diretor do Instituto
Paulo Freire, sobre a obra:
É neste livro que Paulo Freire
desenvolve o conceito de ‘educação bancária’, uma educação rígida, autoritária,
antidialógica, na qual o professor tem o papel de transferir o seu saber para
alunos dóceis e passivos como se eles fossem uma lata vazia. Ao contrário, a
educação problematizadora é participativa e dialógica. Ambos, professor e
aluno, buscam juntos, ‘em comunhão’, construir conhecimento valorizando o que
já sabem.
Assim concluo essa breve reflexão apontando para a importância de uma educação problematizadora onde a participação e o diálogo sejam peças chaves das práticas pedagógicas.
Referências:
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. São paulo: Paz e terra, 2011.
GADOTTI, Moacir. Porque continuar lendo a pedagogia
do oprimido? Revista políticas públicas. São Luís: V. 16, n. 2. Jul/ dez, 2012.
P. 459- 461.
Olá! Renata, ficarei com muitas saudades de acompanhar as suas reflexões! Sempre acompanhada de argumentos e ideias que relacionam com as aprendizagens relacionadas. Desejo muito sucesso nessa trajetória na nova turma! Abraços!
ResponderExcluirAtt Glauber Moraes
Tutor Seminário Integrador VII
PEAD UFRGS