terça-feira, 27 de março de 2018

Paulo Freire e a Educação de Jovens e adultos

Minha reflexão dessa semana tem como foco as discussões que estamos realizando na interdisciplina: "Educação de jovens e adultos no Brasil". Na aula presencial a professora leu uma citação de Paulo Freire do texto: "A alfabetização de adultos: é ela uma que fazer neutro?"
Esse texto foi escrito no ano de 1975 e me peguei pensando o quanto as reflexões de Freire nesse artigo seguem atuais para pensar a educação de jovens e adultos, mas não só, pois o texto também nos traz reflexões para pensar a educação como um todo.
Sendo assim me lembrei de um triste fato onde em manifestações recentes (o registro abaixo é de uma manifestação em 2015) fomos defrontados com cartazes que exigiam "Basta de Paulo Freire" na formação de professores.



Fiquei me perguntando então? O que Freire nos diria sobre tais protestos. Imaginar uma "escola sem partido" é defender que a educação poderia se constituir em um "ato neutro". Para tanto no texto acima mencionado Freire aponta:

"O que a educação sistemática está chamada a fazer numa sociedade repressiva, enquanto dela emergindo e sobre ela voltando-se, como instrumento de controle social, é preservar tal sociedade. Concebê-la, portanto, como alavanca da libertação é inverter as pedras do jogo e atribuir-lhe, como dissemos antes, uma autonomia que ela não têm, no processo da transformação social, sem o qual não há libertação como busca permanente" (FREIRE, p. 3, 1975).

Podemos então perguntar: quais os interesses de buscar formar professores que não estudem Paulo Freire?

Referências:

FREIRE, Paulo. A alfabetização de adultos: é ela um que fazer neutro? Disponível em: http://acervo.paulofreire.org:8080/jspui/bitstream/7891/1536/3/FPF_OPF_09_013.pdf.

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