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A reflexão dessa semana é motivada pelas discussões da interdisciplina de "didática, planejamento e avaliação". Nessa interdisciplina conhecemos um pouco da história de vida e da obra de Comenius considerado por muitos pesquisadores como o "pai da didática".
De acordo com o pesquisador João Luiz Gasparim (1994) os princípios da
didática proposta por Comenius fundamentaram uma transição entre duas
concepções distintas sobre ensinar: da Idade Média para a Idade Moderna.
Todavia, como nos alerta o pesquisador isso não significa dizer que Comenius
abandonou todos os princípios antigos com relação ao ensinar, mas marcar a
importância da obra comeniana a partir da inauguração de princípios pedagógicos
que até hoje orientam e fundamentam algumas práticas desenvolvidas nas
instituições escolares.
Em um dos seus
textos mais conhecido “A Didática Magna” Comenius apresenta o seu método que
pretendia se constituir universal e “ensinar tudo a todos”. Com tal método
Comenius (1996) prometia: 1- certeza, sendo impossível não se obter bons
resultados; 2- rapidez, ou seja, sem ser cansativo ou enfadonho para
professores ou alunos e 3- solidez, sendo um ensino não superficial e apenas
com palavras, buscando encaminhar os alunos para uma verdadeira instrução.
Outra grande
contribuição da obra de Comenius é a invenção do livro didático. Seu conhecido
“Orbis Pictus” ou “O mundo em imagens” que
contava com explicações, palavras e imagens foi publicado em 1658.
Compreendendo que o método Comeniano buscava ensinar tudo à todos e ao mesmo
tempo, acredito que a proposta de Comenius para utilização de seu livro era
baseada em um trabalho coletivo, onde toda turma precisava caminhar junta e
estudar junta. Assim imagino um professor a frente da sala, lendo junto com os
alunos as palavras e acompanhando ao imagens com sua turma.
Assim proponho uma reflexão com a matéria que trouxe para abrir essa postagem: por que assistimos ano a ano a ampliação de redes de ensino que optam pelos modelos de ensino apostilados? Não seria essa uma nova forma de investir em um
ensino padronizado que não considera as necessidades e individualidades de cada
sujeito? De cada localidade? Estaríamos novamente com a pretensão de ensinar
tudo à todos, esquecendo o mais importante que é o que ensinamos e para quem
ensinamos? Como ocorre a seleção de conteúdos? Quais são privilegiados? Retirar
essas questões me parece retirar o que há de mais central na atividade docente.
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