A postagem de hoje é motivada pelas discussões realizadas na disciplina de literatura sobre a a temática da diferença. Para embasar essa discussão a professora sugeriu a leitura do texto:
“Nas tramas da literatura infantil: olhares sobre
personagens “diferentes” escrito por Rosa Maria Hessel Silveira.
O texto me fez refletir sobre vários aspectos que gostaria de compartilhar com vocês. Destaco, então, alguns
elementos que me chamaram a atenção:
A
autora com base em outros estudos aponta que mesmo que os livros não se
proponham explicitamente a “ensinar” eles apresentam uma ideologia implícita
com relação a organização social, que também ensina. Com base nos livros
analisados pela autora ela aponta que é evidente que os autores tinham uma
motivação para escrever obras de uma forma pedagógica que transmitisse uma
mensagem de não ao preconceito e mais adequada com a realidade vivenciada por
seus leitores.
A
autora após apresentar de forma resumida as 10 obras literárias analisadas,
destaca alguns elementos que podem ser relacionados nas obras analisadas.
Segundo a autora é possível identificar nos livros analisados o que ela
denomina de: “gênese das diferenças” que segundo a autora seria uma explicação
voltada para os leitores de que aquele personagem é diferente, pois ele nasceu
assim. Em alguns livros junto com a explicação de que o personagem nasceu assim
é possível encontrar uma explicação cientifica da deficiência do personagem.
Um
segundo elemento analisado nas obras é relacionado ao “status dos personagens
diferentes”: em alguns livros a autora aponta que a deficiência é narrada pelo
discurso da falta, da carência gerando no leitor um sentimento de consideração
mas também de pena pela forma que o personagem é narrado. Outras obras em
contra partida narram a diferença através da potência, do que o personagem pode
fazer ao invés de marcar a falta. Para exemplificar essa questão a autora
destaca os livros: “A gaivota que não podia ver” e “o menino que via com as
mão”.
O
terceiro e último elemento que a autora analisa nas obras refere-se ao desfecho
das narrativas, assim ela aponta que alguns livros por não apresentarem um
enredo para ser resolvido, não possuem um desfecho. Nas obras que possuem um
desfecho ela destaca que as soluções utilizadas para finalizar as narrativas
podem ser divididas em: 1- uma solução pelo sentimento: amizade, amor, carinho.
2- a inserção do personagem diferente em grupos também compostos por outros
personagens diferentes. 3- a aceitação da diferença pelo personagem e pela
família.
Como
professora compreendo que a leitura desse texto foi bastante significativa.
Pois a autora mostra a importância de ao escolhermos uma obra literária para
trabalhar com nossos alunos observarmos
como a diferença é abordada pelo autor da obra escolhida e como ela é narrada
ao longo da história. Pois muitas vezes ao escolhermos uma obra para trabalhar
a questão da diferença poderemos estar reforçando estereótipos e preconceitos
ao invés de combate-los.
Ao ler esse texto me lembrei de uma história infantil escrita por Rubem Alves. A história tem como título: "Como nasceu a alegria" e conta a história de uma flor que não era aceita por ser diferente... Encerro então essa postagem com as palavras de Rubem Alves:
Olá Renata! Parabéns! Li tuas postagens sobre nossa interdisciplina de literatura e é evidente teu empenho em estabelecer relações entre a tua prática e os aspectos teóricos promovidos por esta interdisciplina. Não conhecia este livro de Rubem Alves e vou procurar para utilizar com meus alunos! Continua publicando tuas reflexões e aprendizagens neste espaço. Grande abraço, Josele.
ResponderExcluirQue legal essa interação com vocês! Hoje vim meio "desanimada" pois sabia que precisava publicar no blog. Depois desse incentivo me sinto bem mais animada para fazer essa nova publicação!
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