A postagem de hoje é motivada pelo estudo que temos realizado na disciplina de Libras. Assim compartilho algumas reflexões que tenho realizado a cerca do que tem sido debatido. Para fazer essa postagem começo com duas citações, uma de cada texto estudado na disciplina, que acredito se complementam e mostram a importância de alguns elementos na constituição da identidade e da cultura surda que são de extrema importância que possamos conhecer e refletir:
Citação 1- Texto escrito por Bianca Pontin e Emiliana Rosa
O que é ser surdo? Ser surdo é um sujeito que pela ausência
da audição possui uma experiência visual e é usuário da língua de sinais. A
língua de sinais é um dos fatores que leva a construção da identidade,
comunidade e cultura surda. Mas, além da língua de sinais, tem a questão também
da experiência e da cultura visual, a questão do olhar. Assim, a audição não é
considerada como falta pelos surdos.
Citação 2- Texto escrito por Ana Campello e Patrícia Rezende
A história em defesa das nossas escolas específicas vem de
tempos longínquos. A língua de sinais e a cultura surda, em sua imensidão,
compartilhada entre os pares surdos, travou-se em períodos de proibições do uso
da nossa língua, por imposições ouvintistas, sempre entremeadas de muitas lutas
pela sobrevivência da nossa língua de sinais e pela qualidade da nossa
educação.
Na primeira citação somos convidados pelas autoras a
refletirmos sobre a experiência da surdez, não pela falta de audição mas por
uma experiência e uma cultura visual. Pensar a constituição do sujeito surdo
pela sua identidade relacionada a uma comunidade e uma língua especifica me
parece extremamente significativo para passarmos a compreender esses sujeitos
não a partir de uma deficiência, mas de uma diferença cultural.
A segunda citação complementa a primeira, pois se
compreendemos o sujeito surdo, como uma construção que tem relação com uma
identidade, uma comunidade e uma cultura surda precisamos também pensar em uma
educação de qualidade que contemple essa diferença como potência e não como
falta, assim as autoras do segundo texto defendem a importância de uma escola
bilíngue para garantir essa educação de qualidade.
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