segunda-feira, 30 de maio de 2016

Poesia vs Poema

Nessa semana gostaria de compartilhar as novas aprendizagens da disciplina de literatura sobre a diferença entre poesia e poema. 
Segundo o material disponibilizado pela professora a diferença fundamental entre poesia e poema consiste em: 

POEMA:

 Texto formalizado em versos e estrofe
 Linguagem poética: ritmo, métrica, sonoridades, figura de estilo

POESIA:

 É O Conteúdo poético que podemos encontrar no poema, mas que pode também ser encontrado em narrativas literárias.

Após discutirmos essa diferença, também fomos provocadas a pensar sobre as dimensões exploradas nos poemas para crianças, que segundo o material estudado seriam seis:

Dimensão 1: Aspecto sonoro das palavras


Dimensão 2: Brincar com o espaço da folha em branco, através de desenhos 

Dimensão 3: Usar imagens e formas não convencionais


Dimensão 4: Tratar de sentimentos e vivências das crianças 

Dimensão 5: Usar o absurdo, o humor e o inesperado

 Dimensão 6: Buscar inspiração em composições folclóricas, paralendas e travalínguas 

As discussões realizadas nessa semana, provocadas pelo material indicado, me fizeram refletir sobre a importância de utilizarmos tanto poemas quanto textos com linguagens poéticas com os nossos alunos 

Encerro essa postagem com um poema que gosto muito escrito por Cecília Meireles, que apresenta algumas das dimensões apontadas anteriormente: 

 
bailarina

Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina.
Não conhece nem dó nem ré
mas sabe ficar na ponta do pé.

Não conhece nem mi nem fá
Mas inclina o corpo para cá e para lá

Não conhece nem lá nem si,
mas fecha os olhos e sorri.

Roda, roda, roda, com os bracinhos no ar
e não fica tonta nem sai do lugar.

Põe no cabelo uma estrela e um véu
e diz que caiu do céu.

Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina.

Mas depois esquece todas as danças,
e também quer dormir como as outras crianças.
 
 

segunda-feira, 23 de maio de 2016

A "diferença" na literatura infantil

A postagem de hoje é motivada pelas discussões realizadas na disciplina de literatura sobre a a temática da diferença. Para embasar essa discussão a professora sugeriu a leitura do texto: 

“Nas tramas da literatura infantil: olhares sobre personagens “diferentes” escrito por Rosa Maria Hessel Silveira.

O texto me fez refletir sobre vários aspectos que gostaria de compartilhar com vocês. Destaco, então, alguns elementos que me chamaram a atenção:

A autora com base em outros estudos aponta que mesmo que os livros não se proponham explicitamente a “ensinar” eles apresentam uma ideologia implícita com relação a organização social, que também ensina. Com base nos livros analisados pela autora ela aponta que é evidente que os autores tinham uma motivação para escrever obras de uma forma pedagógica que transmitisse uma mensagem de não ao preconceito e mais adequada com a realidade vivenciada por seus leitores.
A autora após apresentar de forma resumida as 10 obras literárias analisadas, destaca alguns elementos que podem ser relacionados nas obras analisadas. Segundo a autora é possível identificar nos livros analisados o que ela denomina de: “gênese das diferenças” que segundo a autora seria uma explicação voltada para os leitores de que aquele personagem é diferente, pois ele nasceu assim. Em alguns livros junto com a explicação de que o personagem nasceu assim é possível encontrar uma explicação cientifica da deficiência do personagem.
Um segundo elemento analisado nas obras é relacionado ao “status dos personagens diferentes”: em alguns livros a autora aponta que a deficiência é narrada pelo discurso da falta, da carência gerando no leitor um sentimento de consideração mas também de pena pela forma que o personagem é narrado. Outras obras em contra partida narram a diferença através da potência, do que o personagem pode fazer ao invés de marcar a falta. Para exemplificar essa questão a autora destaca os livros: “A gaivota que não podia ver” e “o menino que via com as mão”.
O terceiro e último elemento que a autora analisa nas obras refere-se ao desfecho das narrativas, assim ela aponta que alguns livros por não apresentarem um enredo para ser resolvido, não possuem um desfecho. Nas obras que possuem um desfecho ela destaca que as soluções utilizadas para finalizar as narrativas podem ser divididas em: 1- uma solução pelo sentimento: amizade, amor, carinho. 2- a inserção do personagem diferente em grupos também compostos por outros personagens diferentes. 3- a aceitação da diferença pelo personagem e pela família.

Como professora compreendo que a leitura desse texto foi bastante significativa. Pois a autora mostra a importância de ao escolhermos uma obra literária para trabalhar com nossos alunos  observarmos como a diferença é abordada pelo autor da obra escolhida e como ela é narrada ao longo da história. Pois muitas vezes ao escolhermos uma obra para trabalhar a questão da diferença poderemos estar reforçando estereótipos e preconceitos ao invés de combate-los. 

Ao ler esse texto me lembrei de uma história infantil escrita por Rubem Alves. A história tem como título: "Como nasceu a alegria" e conta a história de uma flor que não era aceita por ser diferente... Encerro então essa postagem com as palavras de Rubem Alves:

"Existe uma estória que foi construída em torno da dor da diferença: a criança que se sente não bem igual às outras, por alguma marca no seu corpo, na maneira de ser… Esta, eu bem sei, é estória para ser contada também para os pais. Eles também sentem a dor dentro dos olhos. Alguns dos diálogos foram tirados da vida real. Ela lida com algo que dói muito: não é a diferença, em si mesma, mas o ar de espanto que a criança percebe nos olhos dos outros […] O medo dos olhos dos outros é sentimento universal. Todos gostaríamos de olhos mansos… A diferença não é resolvida de forma triunfante, como na estória do Patinho Feio. O que muda não é a diferença. São os olhos…"






segunda-feira, 16 de maio de 2016

Os diferentes tipos de jogos na teoria piagetiana: de exercício, simbólico e de regras


Na disciplina de ludicidade, estamos estudando os diferentes tipos de jogos que as crianças utilizam nos diferentes períodos de acordo com a teoria piagetiana. Segundo Piaget o desenvolvimento infantil pode ser dividido em três períodos e em cada período estaria presente um tipo de jogo.

Confira a baixo uma síntese que eu produzi para a disciplina de cada um dos períodos explicando os tipos de jogos e trazendo exemplos que podemos utilizar e/ou estimular com nossos alunos:

Período sensório motor (0 - 2 anos) - Jogos de exercício- Nesse período as crianças realizam ações com um objetivo, após observar a ação executada repetem várias vezes, não mais pelo objetivo inicial mas pelo prazer de continuar o exercício- Exemplos: 1- jogos de colocar e tirar- vários objetos e potes que a criança coloca e tira objetos. 2- jogos de esconder e achar- coloca-se um pano que tapa o objeto e a criança tira o pano para achar o objeto escondido. 3- Jogos de esconde-esconde-- a criança se esconde (na maioria das vezes tapa só o rosto) e o adulto "acha" a criança.
Período Pré-operatório (2 à 7 anos)- Jogo simbólico- Nesse período a criança usa símbolos em suas brincadeiras através da imitação- Exemplos 1- caixa com sucatas- as crianças exploram e constroem objetos e situações através das sucatas. 2- caixa com fantasias- um pedaço de pano pode ser utilizado como capa de super herói, saia de princesa, coberta para "tapar o bebê" e toalha para enfeitar a mesa. 
Período operatório concreto (a partir dos 7 anos) - Jogos de regras- são caracterizados por um conjunto de regras que deve ser respeitado por todos os participantes desenvolvendo a cooperação. Exemplos- 1- caçador, 2- elástico, 3- sapata

Para compreendermos um pouquinho melhor cada um dos tipos de jogos, podemos também assistir esses vídeos de cada um dos tipos de jogos que selecionei no youtube: 


Jogos de exercício:


Nesse vídeo, o bebê Artur brinca de se esconder atrás de uma cortina e após aparecer para os pais. É interessante observar que o bebê repete a ação várias vezes, mostrando prazer nessa repetição. Uma das características desta forma de jogar descrita pela teoria Piagetiana. 

Jogo simbólico:


Nesse vídeo a menina Anna Luiza, brinca de casinha. É possível perceber que ela imita várias situações vivenciadas no cotidiano em seu brincar. Esse "imitação diferida" é descrita por Piaget como aquela em que a criança realiza a imitação na ausência do que está sendo imitado.

Jogos de regras:


Nesse vídeo vemos alguns adolescentes brincando de "rouba bandeira". É interessante observar como as sujeitos, criam estratégias, conversam entre si e cooperam para o desenrolar do jogo. Podemos também observar o quanto todos se envolvem e se divertem na atividade proposta. Podemos perceber no vídeo as características descritas por Piaget para o jogo de regras, pois é possível verificar que existe um conjunto de regras que todos os participantes respeitam e desenvolvem a cooperação. 

segunda-feira, 9 de maio de 2016

Reflexões da aula de Libras


A postagem de hoje é motivada pelo estudo que temos realizado na disciplina de Libras. Assim compartilho algumas reflexões que tenho realizado a cerca do que tem sido debatido. Para fazer essa postagem começo com duas citações, uma de cada texto estudado na disciplina, que acredito se complementam e mostram a importância de alguns elementos na constituição da identidade e da cultura surda que são de extrema importância que possamos conhecer e refletir:

Citação 1- Texto escrito por Bianca Pontin e Emiliana Rosa
O que é ser surdo? Ser surdo é um sujeito que pela ausência da audição possui uma experiência visual e é usuário da língua de sinais. A língua de sinais é um dos fatores que leva a construção da identidade, comunidade e cultura surda. Mas, além da língua de sinais, tem a questão também da experiência e da cultura visual, a questão do olhar. Assim, a audição não é considerada como falta pelos surdos.

Citação 2- Texto escrito por Ana Campello e Patrícia Rezende
A história em defesa das nossas escolas específicas vem de tempos longínquos. A língua de sinais e a cultura surda, em sua imensidão, compartilhada entre os pares surdos, travou-se em períodos de proibições do uso da nossa língua, por imposições ouvintistas, sempre entremeadas de muitas lutas pela sobrevivência da nossa língua de sinais e pela qualidade da nossa educação.

Na primeira citação somos convidados pelas autoras a refletirmos sobre a experiência da surdez, não pela falta de audição mas por uma experiência e uma cultura visual. Pensar a constituição do sujeito surdo pela sua identidade relacionada a uma comunidade e uma língua especifica me parece extremamente significativo para passarmos a compreender esses sujeitos não a partir de uma deficiência, mas de uma diferença cultural.

A segunda citação complementa a primeira, pois se compreendemos o sujeito surdo, como uma construção que tem relação com uma identidade, uma comunidade e uma cultura surda precisamos também pensar em uma educação de qualidade que contemple essa diferença como potência e não como falta, assim as autoras do segundo texto defendem a importância de uma escola bilíngue para garantir essa educação de qualidade.

Para complementar esse debate, sugiro que você assista o documentário Som e Fúria que encontra-se na abertura dessa postagem. Ele foi uma das indicações realizadas pela professora em aula e me ajudou a compreender uma pouco mais a discussão proposta pelas autoras nos textos.


sexta-feira, 6 de maio de 2016

Reflexões sobre a importância da musicalidade na Educação Infantil


A reflexão de hoje, vem inspirada na aula de musicalidade. Onde além de refletir sobre a importância da música para o desenvolvimento humano, tivemos a oportunidade de vivenciar diversas atividades musicais que alegraram nossa noite.
Na discussão teórica a professora enfatizou que uma das hipóteses de porque na história da humanidade existirem registros bastante antigos de que as pessoas faziam música, seria bastante simples: "fazemos música porque nos dá prazer". A aula foi uma "prova" disso, pois ao vivenciarmos diferentes propostas relacionadas a musicalidade sentimos o quanto fazer música nos dá prazer.

Pesquisando atividades que envolvam musicalidade para desenvolver com a minha turminha achei esse vídeo que compartilho com vocês, repleto de sugestões para trabalharmos com as crianças de educação infantil, algumas inclusive fizemos na nossa aula presencial.